Nos últimos anos, além do aumento na procura por cirurgias de próteses mamárias, observa-se também um movimento crescente de mulheres que optam pela retirada das próteses. Em 2016, foram realizadas 14.190 retiradas de implantes, já em 2023, esse número subiu para 41.314.
“A retirada das próteses tem se tornado uma opção cada vez mais comum, seja por questões de saúde, estilo de vida ou mudanças nas preferências das pacientes”, comenta Marcelo Aquino, cirurgião plástico com mais de 20 anos de experiência e proprietário da clínica Plastic Premium.
Em alguns casos, sintomas inespecíficos, como dores persistentes, quadros de depressão e até ansiedade, podem surgir e, mesmo sem causas orgânicas identificáveis, levar à decisão de remover o implante. “Algumas mulheres também não se adaptam à presença daquele corpo estranho no seu organismo”, revela Marcelo.
Quando o implante rompe ou causa complicações como a contratura capsular, ou infecção, por exemplo, são casos nos quais a remoção se torna necessária. “Em situações de seroma — acúmulo de líquido amarelado ao redor da prótese — é importante considerar a possibilidade de um raro tipo de linfoma, conhecido como linfoma de células grandes, o que pode exigir a retirada tanto do implante quando da cápsula. Mas a boa notícia é que a cirurgia e o tratamento são curativos”, explica.
Já nos casos em que a dor e insatisfação com o implante são os motivos principais, ele ressalta que a decisão muitas vezes é pessoal, com menos interferência médica, apesar de explicarmos os pontos positivos e negativos do explante.
Recuperação da retirada de próteses
Ao contrário do procedimento de colocação, a retirada das próteses é mais complexa e envolve, em muitos casos, a remoção da cápsula que envolve o implante, o que torna o processo mais traumático. “Os cuidados após a retirada são mais voltados para o controle da dor, enquanto na colocação, há também restrições de movimento e de esforço físico”, detalha Marcelo e acrescenta: “Com a retirada do implante, cria-se um vazio, que chamamos de atrofia dos tecidos, que chamamos de espaço morto. E essa atrofia dos tecidos causada pela compressão da prótese dificulta muito a cirurgia reparadora no mesmo tempo cirúrgico”, explica.
De acordo com Marcelo, a estética da mama é a principal preocupação após a remoção. Segundo ele, é possível melhorar o aspecto estético com enxertos de gordura, que ajudam a recuperar parte do volume perdido. “No entanto, o preenchimento completo deste espaço pode exigir um processo gradual, com várias sessões de enxerto até alcançar o resultado desejado”, conta.
A colocação ou remoção das próteses de silicone é uma decisão que envolve expectativas, cuidados médicos, e um acompanhamento criterioso. Ainda que sejam soluções estéticas seguras e confiáveis, as pacientes devem procurar profissionais qualificados e com o entendimento do assunto.
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