O escritor paraibano Flávio Lúcio teve a sua obra “Ulisses e o Fogo Olímpico” indicada ao prêmio Jabuti 2022. A indicação é para concorrer com escritores do país inteiro ao prêmio na categoria Juvenil do eixo Literatura.
Docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o pesquisador falou ao ClickPB, sobre o desafio de escrever seu primeiro livro de ficção, em que aborda uma jornada de aventuras repleta de mistérios da mitologia grega.
Na obra, o leitor mergulha em uma viagem e experimenta as aventuras de ficção literária mitológica. “Após o fogo olímpico ser roubado pelo titã Prometeu, três adolescentes (Ulisses, Dafne e Íon) são escolhidos pelos deuses gregos para recuperar a fonte de todas as artes e de todo conhecimento humano em um prazo de sete dias e, assim, salvar a humanidade do jugo da ignorância”, narra a obra.
Durante uma entrevista para o ClickPB, o autor falou do processo criativo dos personagens e dos desafios para a produção da obra. De acordo o historiador, uma das motivações para o livro foi um desafio proposto pelo próprio filho, que é fã da série literária Percy Jackson & Os Olimpianos, a escrever sobre mitos gregos.
“Eu aceitei o desafio e escrevi o primeiro capítulo. Depois, ele leu e gostou. Então, escrevi o segundo e já pensei sobre a história a partir do mito de Prometeu, em que três adolescentes nasceram consagrados, sem saber, aos deuses. E há um destino há ser cumprido na história”, diz.
Flávio falou que um dos desafios da escrita ficcional foi a construção da linguagem para cada personagem. Para atrair o público alvo de leitores, que é o de adolescentes, o autor precisou diferenciar a sua narrativa nos protagonistas.
“Como o livro é narrado por dois protagonistas, eu tive que encontrar uma maneira de diferenciá-los. A maneira como eles narram a linguagem deles tem que ser diferente. Então, primeiro eu escrevi o livro e depois fui fazer essa diferenciação na narrativa. Isso se demonstrou uma grande dificuldade porque a literalidade de Ulisses, que é um cara mais tímido, é mais formal. Já Dafne tem uma linguagem mais adolescente mesmo, dessas adolescentes que a gente encontra no meio da rua”, explicou.
“Chega uma hora que os 12 deuses que compõem o Olimpo se reúnem para defender que a humanidade não tem mais jeito e que os humanos precisam voltar a um estágio anterior ao contato com o fogo. Zeus resolve a situação estabelecendo uma missão para recuperar essa chama inicial que Prometeu roubou e deu a seu filho Deucalião, que tem sua dependência na Terra”, acrescentou.