Mais votada na disputa à Câmara Municipal de Campina Grande nas Eleições 2024, neste mês de outubro, com 5.178 votos, Jô Oliveira disse que consegue “furar a bolha” e conquistar o respeito de diferentes eleitores por causa de sua atuação como vereadora. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta segunda-feira (14), ela também relatou perceber que Campina Grande está mais aberta ao debate (confira, abaixo, o vídeo completo da entrevista).
“A gente consegue ‘furar essa bolha’ pela nossa atuação mesmo no parlamento, pelo tipo de diálogo que a gente traz. Eu encontro muitas pessoas que dizem assim: ‘eu posso não concordar com seu partido, com determinadas pautas que você traz, mas eu sei que você tem posição.’ E eu acredito muito nessa política do posicionamento, que você precisa marcar espaço. Essa história de ficar em cima do muro às vezes é uma dificuldade. Então passa pela seriedade que a gente tem na Câmara e pelo compromisso que a gente com a cidade”, contou a vereadora, como acompanhou o ClickPB.
Sobre o fato de ter sido a mais votada para a Câmara de Campina, Jô Oliveira disse ter um “sentimento é de responsabilidade porque a gente sabe o que é chegar em um espaço do parlamento sendo uma filha de trabalhadora doméstica semialfabetizada, ou seja, que foge totalmente do esteriótipo da política para a cidade de Campina Grande.”
A vereadora acrescentou que sempre perguntam a qual família tradicional ela pertence e que explica o tempo inteiro não ter um “pé anterior nessa política tradicional”.
“Volta e meia eu me deparo com as pessoas me perguntando: ‘o seu Oliveira é de quem? De que família?’ E eu tenho que dizer o tempo inteiro que eu não tenho pé anterior nessa política tradicional que é muito comum em Campina Grande. Então aumenta essa responsabilidade”, disse ela.
Sobre a reeleição, Jô disse que vai cuidar desse mandato da mesma forma que cuidou do anterior, “nessa perspectiva de dialogar com as pessoas, de dialogar com as mais variadas frentes que fazem a cidade de Campina Grande, seja no de que diz respeito às pautas que a gente leva para a Câmara, nas audiências que a gente desenvolve, nos projetos que apresentamos.”
Jô Oliveira disse ter se colocado na política partidária para ocupar esses espaços como a Câmara Municipal por não querer mais “estar tanto tempo com essas pessoas e esses sobrenomes falando por nós sem, necessariamente, ter o mesmo compromisso e a mesma responsabilidade que a gente aprendeu ao longo dessa jornada.”
Campina Grande mais aberta ao debate
A vereadora reeleita avalia que “Campina está em um momento histórico que é interessante. A gente fala que Campina Grande é sempre uma cidade conservadora. Mas essa mesma cidade, em 2022, elegeu Lula no primeiro e no segundo turno. E, agora, em 2024, as primeiras quatro pessoas eleitas para a Câmara de Campina são uma mulher preta do Partido Comunista do Brasil, mais duas mulheres bem colocadas e, em quarto lugar, um homossexual assumido e que diz que vai levar essas pautas para a Câmara. Isso apresenta também um pouco dessa perspectiva”, pontuou ela.
“Então a gente tem um perfil de Campina que está mais suscetível ao debate. E eu acho que isso é importante porque uma cidade como Campina Grande a gente ter oito mulheres eleitas isso também fala muito sobre essa perspectiva do eleitorado que tende a absorver também as mulheres candidatas eleitas”, acrescentou.
Mulheres na Câmara Municipal de Campina Grande
Ela destaca que as mulheres, agora, ocupam 35% dos assentos da Câmara Municipal de Campina Grande. “A gente precisa que nossos mandatos tenham a capacidade de estimular mais pessoas, mais mulheres, mais dessa diversidade que a gente tem. A gente precisa avaliar onde a gente se organiza e se acerta para garantir que todo mundo tenha a capacidade dessa maior representação”, analisou Jô Oliveira.