Cuidados

Risco de queimaduras aumenta 25% nas férias de julho

Festas juninas, com fogos de artificio e fogueiras, agravam risco de queimaduras; especialista dá 15 dicas para prevenção e alerta sobre desafios online.

risco de queimaduras aumenta nas férias de julho

risco de queimaduras aumenta nas férias de julho

O período das férias escolares chegou e com ele um alerta importante no cuidado com as crianças dentro de casa: queimaduras. Dados do Ministério da Saúde apontam que neste período há um aumento de 25% nos acidentes domésticos, em relação ao restante do ano.

Durante o recesso escolar, as crianças passam mais tempo em casa e os pais precisam conciliar o cuidado dos pequenos com o trabalho e outros compromissos. “Coisas comuns dentro de casa oferecem risco, com fogão, tomada, produtos de limpeza e até a mesa posta. Por isso, é de extrema importância que as crianças sejam supervisionadas em tempo integral, já que não tem capacidade de identificar situações de perigo”, orienta Fabíola La Torre, Coordenadora Médica da Linha Pediátrica do Hospital São Luiz Osasco.

Entre os acidentes mais comuns estão as queimaduras, ainda mais frequentes entre os meses de junho e agosto, em decorrência dos festejos juninos. “Trata-se de um período crítico. O uso de fogos de artifício pode causar queimaduras severas e até a perda de membros. Além disso, a fogueira deve ser sempre cercada para evitar que crianças se aproximem”, alerta a médica.

Levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta que no ano passado foram registrados quase 7 mil casos de queimaduras em crianças e adolescentes, com indicação de internação hospitalar. A faixa etária mais frequente é de 1 a 4 anos de idade, seguida por cinco a nove anos.

As principais causas de queimaduras estão distribuídas em três grupos: as térmicas, que resultam do contato com fogo, líquidos superaquecidos, objetos quentes e exposição solar; as químicas, causadas por produtos de limpeza, soda cáustica, ácidos e baterias; e as elétricas, que são decorrentes de descargas elétricas de baixa ou alta voltagem, comumente por inserção de objetos metálicos em tomadas.

Dentro de casa, o perigo é constante e até os quatro anos de idade, 80% das queimaduras ocorrem na cozinha. “É fundamental que crianças não entrem na cozinha durante o preparo de refeições. Instalar um portão de segurança pode evitar acidentes”, aconselha Dra. Fabíola.

Festas juninas, com fogos de artificio e fogueiras, agravam a situação das queimaduras
Festas juninas, com fogos de artificio e fogueiras, agravam a situação das queimaduras

Outro alerta importante está relacionado com a ampliação de acesso à internet para as crianças e adolescentes. “Vemos com frequência casos de desafios perigosos na internet que incentivam queimaduras autoinduzidas. É crucial que pais e responsáveis supervisionem e orientem as crianças sobre os riscos”, enfatiza a coordenadora do São Luiz Osasco.

A unidade, que pertence à Rede D’Or, conta a maior e mais completa estrutura hospitalar da cidade e uma linha de cuidado pediátrico de referência, com corpo clínico especializado, equipe multidisciplinar, exames de alta complexidade e UTI pediátrica.

Confira abaixo algumas dicas de prevenção de queimaduras e acidentes domésticos:

– Não manusear líquidos quentes ou panelas no fogão com uma criança no colo.

– Manter copos e vasilhas com líquidos quentes fora do alcance de crianças. No momento de servir, colocar vasilhas com substâncias quentes no centro da mesa e usar toalhas que não ultrapassem o contorno da mesa.

– Testar a temperatura da água do banho antes de colocar o bebê.

– Impedir a presença de crianças na cozinha durante o uso do forno, cozinhar nas bocas de trás do fogão e manter cabos das panelas voltados para dentro.

– Armazenar produtos cáusticos e abrasivos fora do alcance das crianças, em locais trancados e não transferir os produtos perigosos para embalagens atraentes, como de refrigerantes ou sem identificação.

– Guardar velas, fósforos, isqueiros e substâncias inflamáveis fora do alcance das crianças e trancados.

– Manter produtos à base de álcool em local fresco, seco e inacessível às crianças e não ter álcool acima de 45% em casa.

– Usar protetores de tomada em todas as tomadas não utilizadas.

– Manter aparelhos elétricos desligados das tomadas e manter eletrodomésticos, fios e extensões fora do alcance de crianças.

– Evitar brinquedos elétricos com componentes de aquecimento para crianças menores de 8 anos e não deixar pilhas e baterias ao alcance, mesmo as já utilizadas.

– Supervisionar o uso de álcool gel, especialmente perto de fontes de fogo.

– Evitar a presença de crianças perto de fogueiras e não permitir brincadeiras com fogo.

– Não permitir brincadeiras com pipas perto da rede elétrica e o uso de cerol nos fios.

– Não deixar o ferro de passar roupa esfriando no chão ou em local acessível às crianças.

– Supervisionar o uso das redes sociais e orientar crianças e adolescentes quanto aos riscos dos “desafios perigosos” na internet.

Em casos de queimaduras, a recomendação é buscar imediatamente um serviço médico de referência. “Se possível lave local atingido apenas com água corrente e vá para o hospital. Nunca aplique itens como café, pasta de dente e outros no ferimento, pois isso pode agravar a situação”, destaca a médica.

Além disso, em casos de incêndios, há ainda o risco de inalação de fumaça e lesões graves nas vias aéreas e pulmões. “A avaliação médica imediata pode salvar vidas e prevenir complicações severas”, conclui Dra. Fabíola.

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