Brasília

Presidente do Senado volta a defender fim das saidinhas de presidiários em feriados

Texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022. Chegou ao Senado em março de 2023, onde segue paralisado.

Rodrigo Pacheco, Senado

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender, nesta terça-feira (9), que o Congresso aprove o fim da possibilidade da saída temporária de presos, conhecida popularmente como “saidinha”.

O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022. Chegou ao Senado em março de 2023. Desde então, o projeto aguarda aval da Comissão de Segurança Pública para seguir a tramitação.

Durante entrevista à imprensa, Pacheco negou que haja “inércia” por parte dos senadores sobre o tema.

“Alguns demagogos atribuíram inércia ao Senado em relação a esse projeto das saídas temporárias que foi aprovado na Câmara, não houve inércia do senado. O projeto chegou e eu despachei para a Comissão de Segurança Pública. Não ficou parado”.

Projeto para proibir saídas temporárias de presos está parado desde outubro em comissão do Senado

Segundo Pacheco, “o Senado está trabalhando e se debruçando em relação a esse tema”. O senador disse que “alguns oportunistas” tentam “ganhar engajamento em redes sociais” com a questão. “O Senado tem que cuidar e decidir sobre isso”, acrescentou.

Morte de PM

A declaração de Pacheco ocorre após a morte do sargento Roger Dias, de 29 anos, que foi baleado durante uma abordagem a um fugitivo, em Belo Horizonte.

“Tem sido recorrente esses acontecimentos que, em vez de servir o propósito de ressocialização, tem sido instrumento de permitir a liberdade daqueles que não tem condição de estar em liberdade”.

Para Pacheco, é preciso uma reflexão sobre o tema “para evitar que o Brasil vire um Estado de absoluta violência e de uma criminalidade organizada que toma conta de nossas vidas”. “Vamos reagir de maneira inteligente, científica”, completou o presidente do Senado”.

A saída temporária é concedida pela Justiça como forma de ressocialização dos presos e manutenção de vínculo deles com o mundo fora do sistema prisional.

Atualmente, a legislação permite o benefício a presos do regime semiaberto que já tenham cumprido o mínimo de um sexto da pena, se for primário, e um quarto, se for reincidente. Além disso, é preciso apresentar comportamento adequado.

O que diz a proposta que está no Senado

O texto aprovado pela Câmara deixa explícito que o preso só terá direito à progressão de regime se tiver boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor da prisão, e após o resultado de um “exame criminológico”.

Para entrar no regime aberto, seus antecedentes e o resultado do exame criminológico devem indicar que o preso irá “ajustar-se, com autodisciplina, baixa periculosidade, e senso de responsabilidade, ao novo regime”.

Atualmente, a legislação não faz menção específica ao exame criminológico, nem a indícios de baixa periculosidade.

Os deputados também incluíram três novas situações em que a Justiça pode determinar a fiscalização por meio de tornozeleira eletrônica:

  • livramento condicional;
  • execução da pena nos regimes aberto e semiaberto;
  • restrição de direitos relativa à proibição de frequentar lugares específicos.

Hoje, a tornozeleira eletrônica pode ser utilizada para monitoramento das saídas temporárias do regime semiaberto e durante a prisão domiciliar.

Fonte: CNN Brasil

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