A direção da Jovem Pan determinou que seus jornalistas não usem mais vocabulário ultrajante contra Lula. Documento interno indica a proibição de termos como “ex-presidiário, descondenado, ladrão, corrupto e chefe de organização criminosa”.
Orienta ainda que se evite críticas à Justiça e a seus ministros, por recomendação do departamento jurídico da emissora.
Segundo o comunicado, o descumprimento pode gerar direito de resposta, multa de R$ 25 mil e remoção de conteúdo das plataformas.
Parte relevante do faturamento da Jovem Pan procede da monetização dos vídeos de seus programas no YouTube.
Na semana passada, a campanha de Lula denunciou a Jovem Pan News ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Alegou se sentir prejudicada pelo tempo desigual dado às duas candidaturas presidenciais na programação do canal.
O corregedor geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, abriu investigação sobre a atuação do jornalismo da emissora.
A intenção é verificar se o atual presidente tem sido realmente privilegiado na cobertura da eleição.
Com linha editorial conservadora, o canal tem apresentadores e comentaristas alinhados ao discurso Jair Bolsonaro.
Apesar de se sobressair no Ibope em relação a alguns concorrentes, como CNN Brasil, a JP News ainda está longe de ameaçar a líder no segmento de notícias, GloboNews.
Confira o comunicado na íntegra abaixo:
“Caros, com base em decisão do TSE proferida nesta segunda-feira, estamos orientados pelo jurídico a não utilizar as seguintes expressões nos programas da casa:
Ex-presidiário
Descondenado
Ladrão
Corrupto
Chefe de organização criminosa
Além disso, não devemos fazer qualquer associação entre o candidato Lula ao crime organizado. E mais: as críticas aos ministros e ao judiciário não são recomendadas pelo nosso jurídico neste momento.
O descumprimento dessas determinações pode levar não só a direito de resposta como também a multa de R$ 25 mil e a remoção dos conteúdos de nossas plataformas.
A direção de jornalismo reforça que aqueles que não se sentirem confortáveis com essa determinação com base em decisão da Justiça, devem nos informar para que possam ser substituídos nos programas.”