Logo após o lançamento das pré-candidaturas de Estelizabel Bezerra, pelo PSB, e Nonato Bandeira, pelo PPS, resultado da desistência do prefeito Luciano Agra de disputar a reeleição, levantei aqui mesmo neste espaço uma hipótese que poderia parecer absurda na ocasião.
A mudança repentina se tratava apenas de estratégia do grupo do governador para tirar Agra do foco das denúncias da oposição, que não eram poucas. Naquelas circunstâncias, Ricardo Coutinho corria o risco de não ter um candidato competitivo para apresentar no principal colégio eleitoral do Estado. Portanto, a melhor saída seria afastar Agra do processo.
A segunda etapa do projeto, de acordo com a tese, se daria posteriormente, até junho, com a volta do prefeito de João Pessoa como candidato a reeleição, retirando de cena Estelizabel e Nonato, tudo em nome da unidade do grupo governista. Estratégica ou não, a mudança deu certo, pelo menos em parte.
Ao invés de um pré-candidato “cambaleando” diante de pesadas denúncias, o governador passou a ter dois pré-candidatos à sucessão municipal em condições de expansão eleitoral. Não é só isso. Passou a contar também com uma espécie de “reserva de luxo” chamado Luciano Agra que, com a disputa interna entre Estelizabel e Nonato, vez por outra tem o nome lembrado para retomar sua pré-candidatura.
Mesmo com as constantes negativas, tanto de Agra quanto do governador, poucos se arriscam hoje a descartar por completo a hipótese. Não seria difícil convencer Estelizabel, por exemplo, a disputar vaga na Câmara Municipal, seu projeto original. O “Volta Agra” também independeria de Nonato, que é filiado ao PPS e não ao PSB. O único obstáculo seria o governador Ricardo Coutinho, que teria que justificar a estratégia à opinião pública e, especialmente, ao eleitor pessoense.
Seja qual for o desfecho final da situação, o certo é que o “fantasma” de Agra continua rondando a sucessão municipal em João Pessoa.
Trabalho, esse é o caminho – Enquanto Wilson Santiago (PMDB) esperneia e chora a perda do mandato, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) intensifica o trabalho no Senado para justificar os mais de um milhão de votos que recebeu dos paraibanos nas eleições de 2010. O tucano quer agora derrubar o foro privilegiado para políticos. Nada mais justo com o cidadão comum que não tem direito a essa regalia.
Mediador, mas nem tanto – Não fosse a intervenção do presidente Ricardo Marcelo (PSDB), a Assembleia Legislativa talvez não enfrentasse um momento tão proveitoso. Na maioria dos casos, Marcelo tem sido mediador entre situação e oposição. Mas, quando é preciso, não abre mão do “pulso forte” para evitar prejuízos maiores à imagem do Legislativo. Alguns deputados fazem cara feia, às vezes, mas todos acabam aprovando a postura do presidente. A sociedade também.
Pedro em alta – O vereador Pedro Alberto Coutinho (PTB) deixou o Instituto de Previdência Municipal (IPM), mas não perdeu o prestígio junto à gestão do prefeito Luciano Agra. Além disso, Pedro pode ser o grande beneficiado se seu colega de partido e de plenário, Tavinho Santos, for candidato a vice na chapa do senador Cícero Lucena. Os dois, Pedro e Tavinho, são as principais lideranças no bairro do Roger, onde disputam votos.