Autor de um dos maiores escândalos dentro do mundo religioso do país com desvios de mais de R$140 milhões do Hospital Padre Zé, a psicóloga Alice Santos, disse, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quarta-feira (22), que o Padre Egídio “se aproveitou da alta posição social que tinha”, para cometer os crimes.
“O Padre tinha o prestígio e a confiança de toda a sociedade. Era um líder com alto cargo e se aproveitou disso para cometer os crimes. Posições de poder podem contribuir para atos ilícitos”, explicou como acompanhou o ClickPB.
Ao ser questionada sobre os advogados de defesa que deram entrada em um pedido de prisão domiciliar para o religioso, alegando que ele precisa cuidar da mãe que tem 92 anos e de um irmão que estariam sob os cuidados do religioso, a psicóloga disse que o caso é complexo e precisará de provas sobre o quadro de saúde dele e de familiares.
“O que vai ser determinante é ver se, de fato, ele tem essas patologias e se antecedeu a ida dele a prisão. Será complexo. Inclusive foi argumentado que ele tem um irmão com transtornos mentais e que estaria sobre os cuidados dele. Tem que ser uma avalição extremamente criteriosa, pois já é um problema esperado a tristeza devido a prisão, temos uma série de efeitos do encarceramento que são enormes”, disse a psicóloga.
“Ele enxergou mais vantagens, do que riscos. Ele tinha plena consciência do que estava fazendo e assumiu os riscos. Estamos falando de desvios de milhões feitos de forma duradoura. Existe a consciência sobre toda a conduta criminosa. Para ele, o ganho com tudo isso compensaria”, disse ao explicar sobre a personalidade criminosa do padre Egídio.
Padre Egídio está preso em João Pessoa desde a última sexta-feira (17) após determinação do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba que atendeu recurso do Ministério Público no âmbito da Operação Indignus.
Ele está recolhido em cela do Presídio Especial do Valentina Figueiredo, em João Pessoa. Além do padre, também foram detidas Amanda Duarte e Jannyne Dantas, que ocupavam altos cargos na diretoria do Hospital Padre Zé e são apontadas como auxiliares das práticas irregulares investigadas.
O padre Egídio é investigado por acusação de desvios de recursos públicos e doações que deveriam ter sido destinadas ao Hospital Padre Zé.
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