O novo diretor do Hospital Padre Zé, padre George Batista, esteve nesta terça-feira (28), na Câmara de Vereadores de João Pessoa para pedir socorro aos legisladores. Conforme apurou o ClickPB, a intenção da nova gestão é conseguir apoio através de emendas parlamentares.
Ele foi recebido pelo presidente da Câmara Municipal, Dinho Dowsley, e vários outros vereadores que também estiveram no encontro para avaliar as possibilidades de destinar recursos para a instituição filantrópica que atende pessoas de todo o estado.
O padre George Batista vem em uma campanha para resgatar as doações ao Hospital Padre Zé, após o escândalo envolvendo o ex-diretor, padre Egídio de Carvalho, que é acusado de desviar ao menos R$ 140 milhões.
Conforme noticiou o jornalista Clilson Junior na semana passada, o empresário Roberto Santiago, dono dos shoppings Manaíra e Mangabeira, teria pago, de forma anônima, a folha de pagamento da unidade de saúde, o que garantiu o seu funcionamento até agora. A folha de pagamento do Hospital Padre Zé gira em torno de R$ 600 mil, segundo revelou Clilson Júnior.
No entanto, aproxima-se a data em que terá de ser pago o décimo terceiro dos funcionários, dobrando o valor da folha de pessoal. Sem recursos, o pagamento da folha extra fica comprometido e leva o Padre George a tentar conseguir cobrir os valores.
É preciso também garantir a manutenção do Hospital Padre Zé no ano de 2024 que se aproxima.
Transparência
Padre George foi também, no último dia 20, ao Tribunal de Contas do Estado, onde pediu ajuda para melhorar as práticas de transparência dos recursos públicos recebidos pelo hospital. O pedido foi feito durante audiência entre o padre e o presidente do TCE-PB, Nominando Diniz, nesta segunda-feira (20).
Durante a audiência, o padre George Batista também pediu orientações do TCE para as prestações de contas, valores creditados e utilizados pela instituição na manutenção do Hospital e das ações sociais voltadas às pessoas carentes.
Crise no Padre Zé
Como publicado pelo ClickPB, o Hospital Padre Zé é alvo de um esquema de desvio de recursos públicos e de doações feitas à unidade. O crime, conforme a investigação do Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), era liderado pelo antigo diretor do hospital, o padre Egídio de Carvalho, que está preso.
Os desvios aconteceram entre 2013 e setembro deste ano, momento em que foi deflagrada a Operação Indignus, investigando as irregularidades. O Instituto São José é responsável pelo Hospital Padre Zé e Ação Social Arquidiocesana.
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