Zico acredita que Japão pode chegar às semifinais

O técnico do Japão, o brasileiro Zico, considera que sua equipe têm chances de chegar às semifinais na Copa do Mundo deste ano.

“A semifinal é acessível, acho que é possível”, diz Zico em entrevista publicada nesta segunda-feira (13) pela revista alemã Kicker.

No entanto, Zico adverte que para isso, primeiro o Japão terá que superar a primeira fase na qual “já a primeira partida contra a Austrália será como uma final”.

Em seu grupo, Zico considera que o Brasil passará com segurança para a segunda fase enquanto que o segundo lugar será disputado por Japão, Croácia e Austrália.

“Nossa primeira partida contra a Austrália já será como uma final. Temos que ganhá-la e depois assegurar a classificação com uma vitória contra a Croácia”, diz Zico.

Zico baseia seu otimismo nos progressos que o futebol japonês conseguiu ultimamente e lembra o empate em 2 a 2 com o Brasil na Copa de Confederações.

Nessa partida, diz Zico, o Japão mostrou que em um bom dia pode ganhar dos brasileiros e que naquela noite “o árbitro lhes ajudou”.

Na entrevista, Zico também conta o processo que o futebol japonês viveu sob sua direção, no qual teve que inculcar nos jogadores uma mentalidade vencedora e romper a obsessão pela perfeição dos japoneses.

“Os japoneses tiveram que entender que é permitido cometer erros. Antes, os goleiros eram substituídos depois que levavam um gol, assim como os jogadores que perdiam um pênalti. Isso não ocorre comigo. Os erros são parte do futebol. Mas não da cultura japonesa, onde a perfeição é a medida de todas as coisas. Os jogadores tiveram que aprender minha filosofia”, explica Zico.

Zico além disso lembra que quando começou a trabalhar como treinador no Japão os jogadores tomavam nota de suas instruções e “cinco minutos antes da partida repassavam seus apontamentos rapidamente”.

Em 2002, segundo Zico, o Japão não teria sido eliminado nas oitavas-de-final se a equipe tivesse tido força psicológica.

Atualmente, Zico considera que o Japão tem solidez defensiva e que cria bastante chances de gol, mas tem problemas na hora de aproveitá-las.

“O Japão não tem nenhum atacante que marque regularmente. Takahara, do Hamburgo, não é esse atacante. Okubo, do Mallorca, é o que mais se aproxima desse ideal”, diz Zico.



Agência EFE