Cotidiano

Pavilhão Japonês

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o quarto centenário da cidade de São Paulo, a colônia japonesa do Estado resolveu oferecer uma obra de arte arquitetônica de seu país – um pavilhão cercado de jardins, construído no melhor estilo nipônico, demonstrando, assim, sua gratidão à terra tão hospitaleira.

O projeto e a construção do pavilhão foram confiados respectivamente ao célebre arquiteto professor Sutemi Horiguti, da Universidade de Tokyo e à Empresa Construtora Takenaka, também da capital nipônica. A obra, iniciada em meados de 1953, foi completada no Japão em janeiro de 1954.

O pavilhão desmontado foi trazido para São Paulo em abril do mesmo ano. Sua remontagem e acabamento concluíram-se em agosto de 1954 sob a direção de quatro arquitetos e dois técnicos especializados vindos do Japão. Colaboraram, também, dezenas de técnicos e trabalhadores da colônia, oriundos de todo o Estado para oferecer seus serviços com toda boa vontade. A distinta Comissão do IV Centenário aceitou a iniciativa da colônia com muita simpatia. E escolheu, à beira do lago, o local mais apropriado.

A pureza e a simplicidade arquitetônica do pavilhão de madeira harmonizam-se com a natureza num conjunto belo e encantador, que merece, muito bem, o título de Jóia do Parque do Ibirapuera. Junto ao pavilhão, construiu-se o prédio para a exposição de objetos trazidos do Japão a fim de difundir sua arte e cultura.

O Pavilhão Japonês

A área destinada ao Pavilhão Japonês fica a oeste do centro do Parque Ibirapuera, voltada para o lago artificial em forma de península, tendo 7.500 metros quadrados. No meio dela, com cerca de 1.500 metros quadrados, foram construídos, orientados para o norte, o pavilhão principal com 240,5 metros quadrados, o anexo com 313 e o corredor de ligação com 16,5, somando no total, 570 metros quadrados.

O edifício principal destina-se, especial e permanentemente ao Pavilhão Japonês, onde o estilo e os materiais usados, representam a arquitetura tradicional nipônica, mas projetado como residência moderna. Ele por si só é a exposição. Apresenta o que a arquitetura japonesa conseguiu em construção de madeira.

Da entrada que dá para o leste, à esquerda, há a portaria e o banheiro à direita. Ao centro em frente, temos o Salão de Exposição de Arte Japonesa, com esculturas do século XI, roupas de samurais, estatuetas e vasos de diversas dinastias. Subindo as escadas, situa-se o salão nobre de 80 metros quadrados, a cerca de dois metros acima do chão. O salão de chá – Tchá-Shitsu – com cerca de 16 metros quadrados fica em plano mais elevado. Anexo a este, outro cômodo – Mizu-yá – a copa na Cerimônia do Chá. A varanda se abre para o jardim e o lago à frente do salão nobre e contornando à esquerda.

O material usado é quase todo de madeira como o cedro de Yoshino – Yoshino-sugui – pinheiro – Yani-matsu – cipreste – Bishu-hinoki, etc. As paredes são de barro de Kyôto. O telhado é coberto de telhas de Bishu – Bishu-iti-monji. O alpendre é coberto de placas de cobre. O salão de chá e a copa são forrados de tatami – esteiras tradicionais. As subdivisões têm portas corrediças de madeira e papel como shôji – translúcida – fussumá – opaca – além das portas de madeira e vidro. Todos esses materiais, assim como as pedras, seixos, etc., empregados no jardim, foram trazidos do Japão.

O jardim, estendendo-se à frente do salão nobre, foi dividido por muro de estilo Tsuiji em forma retangular com área de 700 metros quadrados. No centro construiu-se o lago interno, e nos cantos nordeste e sudoeste, foram erguidas duas pequenas elevações, onde se plantaram grama, alguns arbustos e outras plantas. Sobre as elevações e no lago, foram distribuídas algumas pedras naturais.

O fundo do lago e suas margens foram revestidos de seixos brancos e pretos, formando desenhos assimétricos. O esquema do jardim obedece fielmente à concepção tradicional. Mas tal como acontece no papelão principal, o jardim é executado de acordo com o plano mais moderno.

Serviço:

Pavilhão Japonês – Pq. Ibirapuera

Avenida Pedro Álvares Cabral, S/N

(11) 5573-6453

Horário: Aberto as quartas,sábados,domingos e feriados, das 10h 17h

Fonte: Uol

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