Paraíba

Comerciantes do Mercado Central: “Reforma sim, exclusão não”

Em alerta desde a quarta-feira (8), quando a Prefeitura de João Pessoa e MP Estadual decidiram pela reforma do Mercado Central, os comerciantes alocados dentro

“Até agora a Prefeitura não nos procurou para dar nenhuma orientação, jogam a decisão e nem explicam, isso é um absurdo”, reclama Severino Araújo de Medeiros que trabalha na parte externa ao mercado há 8 anos e tem faturamento mensal de R$ 350, dividido para seus quatro filhos: “eu sou de acordo com a reforma desde que todos os comerciantes, sem exceção, sejam beneficiados, mas pra escolher alguns e jogar outros fora, não. Isso é uma atitude covarde para tirar o pão de cada dia dos pais de famílias”.

A esperança, segundo eles, era de que a administração municipal divulgasse alguma novidade após a reunião ocorrida na tarde desta terça-feira (14) com a Curadoria e uma delegação de comerciantes, mas conforme Aderaldo Cavalcante, presidente da Associação Civil dos Feirantes e Barraqueiros do Mercado Central (ACIFEBAMC), o encontro só serviu para mostrar o despreparo e desconhecimento da Prefeitura em relação ao MC. Nem o próprio prefeito sabe o que quer, o que é lamentável. Estão brincando com a vida de pais de família, trabalhadores que estão aqui há 25, 30 anos e dependem única e exclusivamente desta renda.”

Além da falta de informação dispensada pela Prefeitura, os comerciantes reclamam que o acesso ao Prefeito Ricardo Coutinho tem sido negado ostensivamente. “A reforma sempre foi uma reivindicação nossa, mas ela não pode vir acompanhada da retirada das barracas. Por isso queremos contribuir com o que for adotado, quem além de nós conhece melhor isso aqui? Faz seis meses que eu tento ser recebido pelo Prefeito e nada, toda semana é uma desculpa.” Cavalcante completou: “o Mercado, se bem organizado, tem espaço pra todo mundo, não precisa tirar barraca nenhuma não, só que Ricardo quer pegar o caminho mais curto, não quer investir realmente. A Prefeitura não quer fazer uma reforma, quer fazer uns arranjos, e isso nós não vamos admitir.”

Em meio ao clima de indecisão, os comerciantes, alegam que “só resta aguardar os próximos desmandos de Ricardo”. A situação preocupa principalmente os prestadores de serviço que fogem ao perfil imposto pela Prefeitura Municipal. Na última reunião ficou resolvido que só permanecem no local, os vendedores de alimentos e feirantes. Com esta decisão, as relojoarias, salões de beleza e lojas de assistência técnica, por exemplo, ficariam de fora. A solução de transferir os comerciantes externos para dentro do Mercado também é falha segundo o presidente da Associação: “quer matar o dono de um fiteiro? Tire ele do canal de passagem, não existe isso de isolar um fiteiro dentro de um mercado, isso não é solução!”

Pedro Braz Braga, representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SEDURB) e responsável pela administração do Mercado Central, confirma a retirada das barracas localizadas nas ruas Dom Pedro II e Francisca Moura, mas somente após a reforma no interior do Mercado Central. “Esse trabalho requer um planejamento detalhado, e ação por etapas, porque envolve cerca de oito órgãos e secretarias, como a Seinfra, Semam, Vigilância Sanitária Municipal, e assim por diante. A idéia vigente é de que essas barracas serão alocadas para dentro do MC. Essa ação está de acordo com o código de postura do município que proíbe qualquer tipo de comercialização em logradouro público, que são as ruas, calçadas e praças, então não só aqui no MC, como em todo o centro, periferia e em toda João Pessoa não haverá mais barraqueiros ou ambulantes nas ruas”, revelou.

Com quase 35 mil metros quadrados, o Mercado Central de João Pessoa abriga atualmente de forma precária 1.207 comerciantes cadastrados, instalados na parte interna, e um total de 89 localizados nas ruas paralelas, sendo 49 não fixos (barracas) e 40 fixos (fiteiros). Além dos comerciantes, cerca de 20 famílias utilizam o mercado como moradia.

Lívia Falcão

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