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Teatro: ‘Trair E Coçar É só Começar’ comemora 20 anos

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Em 1986, a moeda brasileira era o cruzado, quem presidia o País era José Sarney, a seleção de Telê Santana seria desclassificada da Copa do México pela França e o ator e dramaturgo Marcos Caruso ainda tinha muitos fios de cabelo na cabeça. Agora, o dinheiro é o real, Lula é o presidente, Carlos Alberto Parreira espera trazer o hexacampeonato da Alemanha e Caruso já exibe uma reluzente careca. O que não mudou nestes 20 anos foi a peça Trair e Coçar É só Começar, que praticamente nunca saiu de cartaz, um recorde que será comemorado hoje, às 19 horas, quando uma nova montagem estréia no Teatro Sérgio Cardoso.

O Aniversário será festejado com a presença de atores que participaram da peça em todos estes anos, além do governador Geraldo Alckmin. “Neste período todo, não mudei praticamente nada na peça”, conta Caruso, que ainda se espanta com a total adesão do público, mesmo que alguns pontos da história tenham ficado datados. Afinal, não havia telefone celular em 1986, o que resolveria muitos dos problemas do enredo. “A novidade era o telefone sem fio”, diverte-se o autor. Para quem ainda não conhece, Trair e Coçar é uma comédia de costumes que tem como fio condutor a empregada Olímpia, responsável por complicar e descomplicar as confusões envolvendo seu casal de patrões, um casal amigo deles, um vendedor de jóias, um padre e um síndico.

Nestes 20 anos, os números registrados pela peça são assombrosos. Desde que estreou no Rio de Janeiro, em 26 de março, foi vista por mais de 4 milhões de pessoas. Cerca de 200 atores e técnicos se revezaram nas montagens, apresentadas em 34 cidades brasileiras e também em Miami. Os atores sempre se consagraram nos papéis, especialmente as intérpretes da empregada Olímpia, já vivida por Denise Fraga, Suely Franco, Marilu Bueno, Iara Jamra e outras. A partir de hoje, mais um nome entra para a lista de 11 nomes: Anastácia Custódio.

Caruso lembra que a peça foi escrita em um momento de desespero. Em 1979, após voltar de uma excursão nacional com o espetáculo Camas Redondas, Casais Quadrados, ficou sem trabalho por cinco meses. “Decidi criar um texto e descobrir alguém que o montasse.” Segundo ele, o trabalho foi frenético (ficou pronto em três dias) e seguiu a precisão matemática de uma comédia de vaudeville, com muito entra-e-sai em cena e jogo de erros. A traição do título, por exemplo, não acontece. E o público sabe o tempo todo disso.

Para Caruso, vários fatores explicam o sucesso da peça. “Há a qualidade de todos os elencos e da direção de Attílio Riccó, que está desde o início do projeto. Tem também a descoberta, pelo público, de que, além de ser uma comédia, a peça tem uma empregada engraçada. Com isso, além de pessoas que sempre freqüentam o teatro, o espetáculo atraiu também as que vão uma vez por ano.”

A longevidade da peça promete agora se estender para outros meios – na segunda-feira, começaram as filmagens do texto, com direção de Moacyr Góes e Adriana Esteves no papel de Olímpia. A única alteração foi a troca do personagem do padre por uma síndica. A peça deve estrear ainda em Portugal e Caruso tem um projeto de transformar Trair e Coçar em sitcom. “Com isso, é difícil precisar a vida útil da peça”, conclui.

Trair e Coçar É só Começar. Reestréia hoje, às 19 horas. Teatro Sérgio Cardoso (Rui Barbosa, 153, tel. 011 3288-0136). 120 min. 12 anos.


Agência Estado

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