As denúncias de agressões sexuais entre soldados americanos aumentaram cerca de 40% em 2005, informou nesta sexta-feira o Departamento de Defesa dos EUA.
Um relatório do Pentágono indica que, em 2005, houve 2.374 denúncias de agressões sexuais – em comparação com as 1.700 registradas em 2004.
Segundo o documento do Pentágono, o aumento se deve a um novo programa que encoraja vítimas a denunciar os ataques.
De acordo com o relatório, 435 denúncias foram feitas por meio do programa, que permite que as vítimas recebam atendimento médico sem a exigência de informar os casos às autoridades civis e militares.
“Este é o crime menos denunciado em nossa sociedade”, disse Roger Kaplan, porta-voz do Pentágono, que afirmou ainda que as autoridades militares estão se esforçando para reduzir sua incidência.
“Queremos que as vítimas recebam tratamento, e quanto mais pessoas apresentarem denúncias maiores serão possibilidades de punições e de expulsão dos que cometerem crimes”, declarou.
Investigações
Segundo o relatório, em 2005, as investigações de 1.400 casos – ou 68% – foram encerradas até o final do ano. No entanto, punições não foram impostas a mais de 800 agressores por ausência de provas.
Entre os casos finalizados, 79 acusados foram encaminhados para cortes marciais, 91 receberam punições não-judiciais e 104 foram inocentados.
De acordo com Kaplan, não é possível determinar se o aumento das denúncias em 2005 indica aumento no número de casos. No entanto, segundo ele, o programa obteve sucesso ao encorajar as denúncias e promover melhor treinamento das tropas.
As instituições militares dos EUA tiveram seu prestígio abalado nos últimos anos por denúncias de abusos sexuais tanto no país como no exterior.
Folha Online
