Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do Paraná afirmaram que foram vítimas de um atentado no assentamento Ouro Verde, no município de Cantagalo (a 309 km de Curitiba), que havia sido invadido por integrantes do movimento.
Um dos coordenadores do MST no Paraná, Camilo da Silva, disse que de seis a oito homens armados chegaram ao local na madrugada de ontem em um caminhão e começaram a atirar. Ninguém, no entanto, saiu ferido.
A Polícia Militar de Marquinho e a Delegacia de Cantagalo registraram ocorrências com base no relato feito pelo MST e estão no local para evitar novos conflitos.
Os quatro lotes invadidos pelo movimento já haviam sido destinados à reforma agrária, mas as famílias assentadas os venderam a um fazendeiro. Em protesto contra a venda, o MST invadiu a área.
O movimento diz que o “atentado” de ontem foi promovido a mando do fazendeiro, que não foi localizado pela reportagem para comentar a acusação.
Segundo Silva, uma mulher e duas crianças foram feitos reféns por cerca de seis horas e só foram liberados depois que as famílias tiraram seus pertences e saíram dos quatro lotes. Silva disse ainda que os agressores atearam fogo em uma das casas.
As duas famílias que tinham invadido os lotes estão na escola do assentamento.
De acordo com informações do Incra, o assentamento Ouro Verde –onde estão assentadas cerca de 50 famílias– já havia sido destinado para a reforma agrária.
No entanto, Silva, do MST, disse que houve venda de quatro lotes da propriedade, o que é uma prática ilegal. Segundo ele, foi por este motivo que as famílias invadiram os lotes.
A assessora da superintendência do Incra no Paraná, Fiorinda Martins Moreira, afirmou que o órgão vai enviar funcionários para a região para notificar os proprietários do lote. Se for confirmada a venda de lotes, eles serão desapropriados e destinados novamente à reforma agrária.
Agência Folha
