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Laudo confirma suicídio de legista do caso Celso Daniel

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SÃO PAULO – O legista Carlos Alberto Delmonte Printes cometeu suicídio ao ingerir três medicamentos que causaram um bloqueio nas vias respiratórias e, em conseqüência, a morte. As conclusões estão em um laudo apresentado nesta sexta-feira, em São Paulo, pela Polícia Civil.

Segundo o laudo, Printes foi vítima de traqueobronquiolite purulenta causado pela ingestão de Dorminid, um sedativo terapêutico, Propanol, um beta-bloqueador usado para arritmia cardíaca, e Midocaína, que quando é usado topicamente funciona como anestésico local, e, se ingerido, é um antiarrítmico.

“Ele não tinha necessidade de tomar aqueles medicamentos. E, sendo médico, sabia dos riscos em ingeri-los simultaneamente”, comentou Ricardo Cristofi, diretor do Centro de Pesquisas do Instituto Médico Legal.

Na noite de 12 de outubro Carlos Alberto Delmonte Printes, de 55 anos, foi encontrado morto em seu escritório, na Vila Mariana, na Capital. A polícia descartou a hipótese de assassinato após um exame constatar que não havia no corpo do legista nenhum sinal violência.

Segundo o novo laudo, Printes tinha um quadro de pneumonia. Com o efeito dos três remédios, o organismo do legista teria sido incapaz de expelir secreção pulmonar, o que teria ocasionado a morte por asfixia.

Para a Polícia, o crime foi premeditado pelo próprio legista. Ele contou ao filho que havia feito exames, inclusive radiografias, com um especialista conhecido da família. Ao checar as informações, esse mesmo médico disse que Delmonte não havia se consultado com ele. “Colhemos informações junto a parentes e amigos que confirmaram que Delmonte era avesso a medicamentos”, reforçou Nascimento.

Novos detalhes

O filho Guilherme, que falava com o pai em média dez vezes ao dia, por telefone, foi o último a conversar com Delmonte. Na conversa, o pai disse que estava tudo bem e que iria buscar um pedreiro em Embu-Guaçu – com o intuito de desviar a atenção do filho para sua ausência ou silêncio. Guilherme não sentiu nada de diferente no pai; observando que ele falava normalmente e não estava ofegante.

A transcrição da ligação telefônica integra as cerca de 230 páginas do documento que a operadora mandou para o inquérito. A maioria das ligações era para familiares. Em uma das ligações, o médico legista contatou a ex-sogra dizendo que a ex-mulher, Luciana Plumari, era a mulher da vida dele, e que ele não resistiria à sua ausência.

No dia 10 de outubro, dois dias antes de morrer, ele transferiu de sua conta corrente para a da ex-mulher cerca de R$ 100.000, sem contar para ela.

Luciana estranhou aquele valor na conta e foi falar com a gerente, que conseguiu identificar a origem. Quando Luciana ligou para Delmonte para questioná-lo, ele alegou que aquele dinheiro seria para terminar o tratamento médico de um dos seus filhos.

O legista deixou cartas, que passaram pelo exame documentoscópico para confrontar a caligrafia e confirmar se era mesmo de Delmonte. Elas informavam como ele deveria ser velado, a quem avisar e o que ele desejava que fosse feito. Essas cartas foram mais um argumento muito forte para a tese de suicídio, segundo os responsáveis pela investigação.

O médico legista e um dos peritos chamados neste caso, Paulo Sérgio Tiepo Alves, comentou, na coletiva, que Delmonte tentou fazer com que sua morte parecesse natural. Não há evidências quanto ao motivo, mas tudo leva a crer que sua religião pesou nessa decisão. Ele era judeu.

A conclusão da Polícia levou em consideração todos os detalhes descritos. “Ele cometeu suicídio motivado pela dissolução do seu casamento”, concluiu o delegado José Antônio Nascimento.

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