Saúde

África prepara-se para enfrentar gripe das aves

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A cidade de Libreville, capital do Gabão, acolhe a partir de hoje e por três dias uma reunião sob os auspícios da ONU para tentar definir uma resposta continental à gripe aviária.

A reunião é co-organizada pelo Governo gabonês e por seis agências da ONU, junta cerca de 300 representantes de 46 países e surge no momento em que o continente vê surgir, no Egipto, o primeiro caso de morte humana por infecção com o vírus H5N1.

«A situação no continente é alarmante, uma vez que a epizootia tem impacte directo na saúde humana», lembrou domingo a representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Bintou Djibo, na apresentação da reunião à imprensa.

«Devemos fazer tudo para contê-la e evitar que dentro de meses se transforme em pandemia», acrescentou.

Até ao momento são quatro os países africanos que confirmaram oficialmente a existência de focos da doença nos respectivos territórios: Nigéria, Níger, Camarões e Egipto. No entanto, os especialistas não têm dúvidas de que a doença se terá já instalado noutros países de África.

«Enquanto epidemiologista posso garantir que há muito mais do que auatro países afectados», afirmou o representante da Organização Mundial de Saúde no Gabão, André Ndikuyézé. «Esses [quatro] países são os únicos que tiveram a coragem de divulgar os respectivos resultados», acrescentou. «Infelizmente, outros não a tiveram (…) e não tomaram as medidas necessárias, o que constitui factor suplementar de propagação da epidemia.»

Numerosos especialistas consideram que a coabitação entre homens e aves em África favorece a propagação do vírus entre populações já de si enfraquecidas pela subnutrição e por doenças como o paludismo e a sida. A este facto soma-se o previsível impacte económico e nutricional do abate massivo de aves, uma vez que os frangos são a base da alimentação de muitos povos africanos.

A conferência de Libreville será não apenas ocasião para equacionar uma resposta conjunta ao problema mas também «para lançar um novo apelo à mobilização de recursos», como considerou Bintou Djibo.

«Os países africanos dispõem de muito poucos recursos. Temos muita esperança nos doadores e nos parceiros para o desenvolvimento», concluiu a representante do PNUD.

Fonte: Express Africa

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