Política

Aids deixa 9 milhões de crianças africanas sem mãe

Mais de 3 milhões de africanos foram contaminados pelo vírus no ano passado, ou 64 por cento de todos os novos casos da doença registrados no mundo todo

Cerca de 9 milhões de crianças da África perderam a mãe devido à Aids, afirmou na segunda-feira o grupo britânico Salvem as Crianças, apelando a doadores que aumentem as contribuições a fim de que possam ser atendidas as necessidades dessa população.

“Incrivelmente, o impacto do HIV (vírus da doença) e da Aids nas crianças ainda continua sendo ignorado”, afirmou em um comunicado Jasmine Whitbread, diretora-executiva do grupo.

A entidade disse em um relatório que a falta de laboratórios para realizar testes significava que muitas mães, especialmente as de países mais pobres, ignoravam estar com o HIV até ficarem doentes e incapazes de enfrentar até mesmo as infecções mais simples.

“A pandemia de Aids rouba a infância e as mães de milhões de crianças”, disse Whitbread. “As crianças passam a cuidar de suas mães, abandonam a escola e têm de trabalhar porque suas mães estão doentes demais e não conseguem cuidar dos filhos.”

O grupo pediu que haja mais ações de auxílio às crianças deixadas órfãs pela Aids bem como aos pais doentes. Segundo a entidade, a burocracia estava dificultando o envio de ajuda.

“Os doadores precisam gastar 12 por cento de seus fundos de combate à Aids para cuidar adequadamente das crianças”, disse, acrescentando que esse montante seria equivalente a 6,4 bilhões de dólares. O grupo não ofereceu dados sobre o dinheiro gasto atualmente com as crianças afetadas pela Aids.

A entidade dirigiu seu apelo ao G-8 (Grupo dos Oito), ao Fundo Global de Combate à Aids, à Tuberculose e à Malária, ao Banco Mundial e à Comissão Européia (Poder Executivo da União Européia).

A África subsaariana possui cerca de 10 por cento da população mundial, mas na região vivem 60 por cento das pessoas do planeta contaminadas pelo HIV.

Mais de 3 milhões de africanos foram contaminados pelo vírus no ano passado, ou 64 por cento de todos os novos casos da doença registrados no mundo todo. A cifra é a maior já registrada no continente.

Em toda a África subsaariana, estima-se que 4,6 por cento das mulheres jovens, com idades entre 15 e 24 anos, estejam contaminadas pelo HIV, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). A cifra de homens contaminados é de 1,7 por cento.

O grupo Salvem as Crianças disse que a maior parte dos 19,2 milhões de mulheres com HIV no mundo todo já eram mães.

“A fim de atuarmos com eficiência, precisamos dar apoio também às crianças cujas mães são HIV positivo”, afirmou a entidade.

“Apenas na África subsaariana, mais de 12 milhões de crianças com menos de 15 anos perderam um dos pais ou os dois devido à Aids. Até 2010, se a taxa de contaminação continuar inalterada, esse número deve subir para 18 milhões”, disse o Salvem as Crianças.



Reuters

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