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Beleza e desempenho fizeram a união perfeita no Jaguar E-Type

Apontar o carro mais bonito de todos os tempos não é uma tarefa fácil, afinal, a beleza é subjetiva

Apontar o carro mais bonito de todos os tempos não é uma tarefa fácil, afinal, a beleza é subjetiva. Mesmo assim, existem alguns modelos que conseguem estar presentes na maioria das listas dos mais belos da história. É o caso do Jaguar E-Type.

Apresentado há 45 anos no Salão de Genebra nas versões cupê e roadster, o veículo britânico despertou paixões ao primeiro olhar com sua carroceria longa e curvilínea, que privilegiava a aerodinâmica. O impacto causado só não foi maior que o provocado pela performance prometida pela fábrica: simplesmente 240 km/h de velocidade máxima. Uma marca respeitável mesmo para os dias atuais.

Para contar a história do E-Type, porém, é preciso voltar um pouco mais no tempo. Tudo começou com o lendário XK 120, um pequeno roadster de alto desempenho cuja denominação remetia ao nome-código de seu motor (XK) e à capacidade de atingir 120 milhas por hora (192 km/h). A versão de competição, a XK 120C, deu aos britânicos o bicampeonato nas 24 Horas de Le Mans em 1951 e 1953.

Seu sucessor, o igualmente mítico D-Type, saiu-se ainda melhor obtendo três conquistas consecutivas na prova francesa, de 1955 a 1957, com direito às quatro primeiras colocações nesse último ano. O carro de linhas sinuosas e elegantes, equipado com uma espécie de asa vertical na traseira, tornou-se uma referência. As vitórias em Le Mans, além de ajudarem a construir uma imagem positiva junto aos consumidores, também serviram para a marca inglesa desenvolver a aerodinâmica e a segurança de seus modelos de rua.

Assim, o E-Type surgiria como o auge dessa linha evolutiva. Mesmo assim, Sir Williams Lyons — fundador da empresa — não mediu esforços, chegando mesmo a criar um protótipo (E2A) para competir nas 24 Horas de Le Mans em 1960. Tudo para desenvolver e aprimorar o futuro veículo. Mas o resultado, dessa vez, não foi o esperado. Os problemas foram tantos que o piloto norte-americano Dan Gurney declarou que o exemplar inglês era o pior carro que havia guiado em sua carreira. Era preciso trabalhar duro nas correções.

O esforço valeu a pena, e alguns meses mais tarde, no Salão de Genebra de 1961, o E-Type fez sua estréia nas versões cupê e conversível. O veículo era um verdadeiro modelo de competição feito para as ruas. O design — que lhe valeu a presença no Museu de Arte Moderna de Nova York até hoje — sempre foi seu principal cartão de visitas, mas não o único.

O desempenho também chamava a atenção. Um exemplar do Jaguar E, devidamente preparado, atingiu a marca de 240 km/h diversas vezes, reforçando a esportividade do modelo.

O novo leaping cat (“felino saltador”, símbolo da marca) era um carro rápido e custava menos da metade dos demais superesportivos de sua época (como Mercedes-Benz 300 SL, BMW 507 e Ferrari 250 GT). E, como se não bastasse, seu desenho apaixonava ao primeiro olhar, não importando de qual ângulo se observasse.

Embora pareça enorme, o E-Type possuía apenas 4,45 m de comprimento. O capô, como nos modelos de competição, trazia os pára-lamas incorporados e abria para a frente, deixando exposto todo o conjunto motriz. O propulsor, aliás, era derivado daquele que equipava o protótipo E2A. Um bloco de 6 cilindros em linha, com 3871 cm3, cabeçote de alumínio e duplo comando de válvulas. Três carburadores ingleses da marca SU garantiam a alimentação e a potência era de 265 cv a 5 500 rpm.

A estrutura do novo Jag era de um semi-monobloco, já que o modelo tinha um subchassi dianteiro (que alojava motor e suspensão). Com isso, seu comportamento era adequado para a época. Neutro na maioria das situações, a tendência sobreesterçante surgia apenas quando o motorista abusava nas curvas ou desejava desfrutar de toda a potência disponível.

A caixa de transmissão Moss, de 4 marchas (com a 1a não-sincronizada) era o ponto fraco do E-Type, devido à fragilidade de seus anéis sincronizadores. Os freios Dunlop, por outro lado, garantiam paradas seguras (embora insuficientes para os padrões atuais). Detalhe: na traseira, os discos não se localizavam junto às rodas, e sim ao lado do diferencial (freios internos), como nos modelos de corrida.

Para os dois ocupantes, em compensação, o espaço era bastante restrito, mas com acabamento caprichado. Em 1971, o E-Type ganhou um motor de 12 cilindros e 272 cv, tornando-se ainda mais desejado.

A história do belo Jaguar chegou ao fim em 1975, após mais de 70 000 unidades produzidas. Como em uma espécie de sinal de luto, os últimos 50 exemplares saíram da linha de montagem em Coventry somente na cor preta.




Fonte: Terra Carros

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