O julgamento envolvendo direitos autorais contra os editores de “O Código Da Vinci” chegou a seu capítulo final nesta segunda-feira, quando a acusação reiterou o argumento de que o milionário escritor Dan Brown teria roubado idéias de seus clientes.
“O Código Da Vinci”, um dos romances de maior sucesso de todos os tempos, com mais de 40 milhões de cópias vendidas, compartilha algumas das mesmas idéias de “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, uma obra de conjecturas históricas escrita em 1982 por Michael Baigent e Richard Leigh.
Ambos os livros levantam a possibilidade de que Jesus teve um filho de Maria Madalena, que ela teria fugido para a França depois da crucificação e que os herdeiros de Cristo sobrevivem até os dias atuais. As duas obras também associam Madalena ao Santo Graal.
“Desde a primeira leitura de O Código Da Vinci, eles acreditaram que ao escrever seu livro, Dan Brown copiou o trabalho deles”, disse Jonathan Rayner James, advogado de Baigent e Leigh.
O terceiro autor do livro “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, Henry Lincoln, não faz parte da ação legal.
O juiz Peter Smith poderá levar várias semanas para chegar a uma decisão.
Em seu argumento final, Rayner James buscou minimizar os temores de que uma vitória para os historiadores limitaria a procura de escritores nas fontes históricas.
“Neste caso, Brown usou (o livro) com a intenção de se apropriar do trabalho de seus autores”, disse James. “Ele e/ou Blythe usaram a obra intencionalmente a fim de poupar tempo e esforços que uma pesquisa independente exigiria.”
Blythe, mulher de Brown, surgiu como uma figura-chave no caso, já que fez a pesquisa para o livro.
Dan Brown, que não estava no tribunal na segunda-feira, mas que passou três dias sendo interrogado na semana passada, explicou que queria manter sua mulher longe dos holofotes da mídia.
O advogado criticou Brown, de 41 anos, por ter sido vago sobre datas e fontes. Ele também descreveu seu próprio cliente Baigent como “uma testemunha fraca”.
Essa não é a primeira vez que Brown é acusado de plágio. Em agosto passado, ele venceu uma ação legal contra Lewis Perdue, que alegava que “O Código Da Vinci” havia copiado elementos de dois de seus romances, “Daughter of God” e “The Da Vinci Legacy”.
Reuters