O juiz Víctor Montiglio ordenou nesta terça-feira a prisão de 13 ex-militares chilenos, envolvidos nos assassinatos e desaparições de presos políticos causados pela “Caravana da Morte” durante o governo do ex-ditador Augusto Pinochet, informou o tribunal. Os condenados, entre os quais estão dois brigadeiros, um coronel e um major da reserva se somam a outros oito ex-oficiais do Exército submetidos a julgamento que participaram dessa missão, liderados pelo general Sergio Arellano Stark.
A chamada “Caravana da Morte” foi uma comitiva militar que percorreu o Chile em outubro de 1973 semanas depois do golpe que permitiu a ascensão ao poder do general Pinochet (1973-1990). Durante a sua existência executou de forma sumária dezenas de prisioneiros, alguns dos quais – como o jornalista Carlos Berger – já haviam sido condenados à prisão pelos conselhos de guerra estabelecidos pela ditadura.
Os novos condenados deverão permanecer no Batalhão de Polícia de Peñalolén, no sul de Santiago, enquanto o juiz Montiglio dita novas resoluções e dá continuidade ao processo, informaram fontes do tribunal. Pinochet, que deu a ordem para que a “caravana” se deslocasse por cidades de norte a sul do Chile, foi submetido a um julgamento há cinco anos por 77 dos assassinatos e desaparições atribuídos à comitiva.
A Suprema Corte, no entanto, o livrou das acusações em julho de 2002, ao aceitar informes médicos segundo os quais Pinochet padecia de uma demência moderada que o impedia de se defender. Apesar dessa primeira decisão favorável, o ex-ditador de 90 anos enfrenta dois novos julgamentos, pelo desaparecimento de dezenas de presos políticos durante a “Operação Colombo”, em 1975, e pelos crimes financeiros detectados nas contas secretas que manteve em bancos dos Estados Unidos e de outros países, estimadas em US$ 27 milhões.
AFP
Chile ordena prisão de 13 ex-militares por “Caravana da Morte”
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