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Retirada do Iraque fica para próximo presidente, diz Bush

"Isto (a retirada) é um objetivo. E será decidido por futuros presidentes e pelos futuros governos do Iraque", afirmou.

O presidente americano, George W. Bush, disse nesta terça-feira que os soldados dos Estados Unidos devem permanecer no Iraque depois do fim de seu mandato, em três anos.

Em uma entrevista na Casa Branca, em Washington, Bush foi questionado quanto ao cronograma de uma possível retirada do Iraque.

“Isto (a retirada) é um objetivo. E será decidido por futuros presidentes e pelos futuros governos do Iraque”, afirmou.

Quando perguntado se sua afirmação significava que a retirada não ocorrerá durante sua Presidência, Bush respondeu: “Você quer dizer, uma retirada completa?… Apenas posso dizer que vou tomar decisões a respeito do número de tropas baseadas no que afirmarem os comandantes (militares) que estão a campo”, disse Bush, segundo a agência de notícias Associated Press.

Guerra civil

Durante a entrevista Bush negou acreditar que o Iraque esteja vivendo uma situação de guerra civil.

Referindo-se à violência entre xiitas e sunitas depois do ataque à mesquita xiita de Samarra, em fevereiro, Bush afirmou que “os iraquianos refletiram e decidiram não iniciar uma guerra civil”.

“O Exército não demonstrou divisões sectárias, o Exército permaneceu unido”, acrescentou o presidente.

No final de semana, o ex-primeiro-ministro interino do Iraque Iyad Allawi havia dito à BBC que entre 50 e 60 pessoas morrem todos os dias e que o país está em guerra civil.

Momentos difíceis

Segundo Bush, muitas pessoas discordaram da afirmação de Allawi, incluindo o presidente iraquiano, Jalal Talabani, e o mais importante comandante militar americano, o general George Casey.

O presidente americano também elogiou a reação de líderes religiosos iraquianos depois do ataque em Samarra.

“O aiatolá Sistani, por exemplo, foi muito claro na condenação da violência e na necessidade de união”, disse Bush, referindo-se ao principal líder xiita.

Mas Bush admitiu que o Iraque ainda passará por momentos difíceis. “Os terroristas não desistiram. Eles estão decididos. Gostam de matar”, disse Bush.

Ele acrescentou que a violência sectária deve ser enfrentada pelo governo iraquiano com uma força policial mais treinada.

Popularidade

No terceiro aniversário da guerra e da derrubada de Saddam Hussein, Bush reafirmou sua decisão de invadir o Iraque.

“Se eu não acreditasse que poderíamos vencer, não estaríamos lá (no Iraque). Não colocaria aqueles garotos lá”, disse o presidente.

O presidente também respondeu a sugestões de que ele queria entrar em guerra contra o Iraque.

“Eu não queria a guerra. Presumir que eu queria guerra é totalmente errado… Não há presidente que deseje a guerra”, disse.

A entrevista coletiva de Bush ocorre em meio à queda dos índices de aprovação de seu governo.

Uma pesquisa realizada na semana passada mostrou que a aprovação pessoal a Bush está em 36% comparada aos 57% em 2005.

Ataque

Cerca de 20 insurgentes armados atacaram uma delegacia na cidade de Miqdadiya, cerca de 65 quilômetros ao norte de Bagdá, em uma ação que resultou na morte de 18 pessoas e na libertação de vários presos nesta terça-feira, de acordo com a polícia do Iraque.

A maior parte dos mortos seriam policiais. Os insurgentes estariam armados com rifles de ataque, lança-granadas e morteiros.

O ataque aconteceu durante a madrugada. O grupo teria chegado em carros civis e atacado, além da delegacia, o fórum e a prefeitura.

A ação teria durado cerca de uma hora e só foi interrompida pela chegada de helicópteros americanos, de acordo com fontes policiais citadas pela agência de notícias AFP.

Acredita-se que cerca de 16 pessoas, a maioria delas policiais tenha morrido durante o ataque.

Outros dois policiais teriam morrido quando o carro deles foi atingido por uma bomba enquanto eles tentavam chegar à delegacia para socorrer os colegas.

Pelo menos outras 13 pessoas teriam sido feridas.

BBC Brasil

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