Saúde

O coração dos paraibanos em boas mãos

Dr. Maurílio Onofre: transplantando e salvando vidas desde 2004

Fazendo transplantes de coração desde o dia 23 de maio de 2004, o Dr. Maurílio Onofre é um belo exemplo daqueles profissionais que dedicam toda uma vida ao exercício de sua profissão. Fazendo transplantes de coração no Hospital da Unimed e no Prontocor é com muita paixão que ele trata do seu dia-a-dia.

Com emoção que ele narra o primeiro transplante cardíaco feito no Estado. “Me lembro nitidamente da paciente de 44 anos que operamos, foi muito gratificante participar deste momento”, confessa o cardiologista formado pela Universidade Federal da Paraíba.

Um defensor do curso de graduação de medicina da UFPB, Doutor Maurílio repudia as colocações de pessoas que colocam os médicos formados na universidade como mau preparados. “É claro que a universidade tem problemas, porém eu acredito na competência dos médicos formados por aquela instituição, nós precisamos ver nossas universidades avaliando os bons profissionais que saíram de lá e não os casos isolados”, comentou o médico.

Os transplantes de coração ocorrem, segundo Dr. Maurílio, devido as Miocardiopatias (doenças que fazem o músculo cardíaco não conseguir bombear o sangue, deixando o paciente com um cansaço freqüente, podendo chegar a morte). Segundo o cardiologista, “ somente um acompanhamento constante do indivíduo pode evitar este mau, existem características que causam a doença e estão fora do controle do paciente”, comentou.

Perguntado se o cigarro seria um dos responsáveis pelas miocardiopatias, Dr. Maurílio deixa claro que “o cigarro provoca várias doenças e pode até ser um complicador de doenças cardíacas, porém ele não provoca essa patologia específica” disse.

Seis transplantes já foram realizados por ele na Paraíba, de 2004 para cá, o último foi de uma senhora de 63 anos, garantiu o médico, que enfatiza que apesar de esta doença atingir predominantemente pessoas com mais de 40, pode ocorrer também em crianças. Todos os transplantes foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), “este é um direito que todo cidadão brasileiro tem, me orgulho que a equipe que me acompanha tenha conquistado estas vitórias”, revelou Maurílio.

Esclarecedor, doutor Maurílio revela que os casos de rejeição ocorrem com alguma freqüência, porém esta rejeição é controlada por meio de medicamentos específicos.

Responsável por mais de seis mil cirurgias na Paraíba, a equipe do doutor Maurílio Onofre será homenageada na próxima segunda-feira na Câmara Municipal de João Pessoa através de uma propositura do vereador Hervásio Bezerra (PSDB).

Como ocorre o transplante?

Há duas técnicas principais. Uma delas é chamada de clássica e a outra de bicaval. A diferença básica está no quanto de tecido do coração velho permanece no corpo do transplantado. A bicaval é a técnica que usa menos “sobra” do antigo órgão. Permanece no paciente apenas um restinho do átrio esquerdo (uma das quatro câmaras que formam o coração), que é conectado ao novo órgão. Hoje a cirurgia bicaval é usada em cerca de 60% dos transplantes realizados no mundo. No Brasil, só em 2003, foram realizados 175 transplantes desse órgão. No planeta são mais de 3 mil casos por ano. A freqüência com que a cirurgia é feita mostra que ela não é mais um mistério. Mas, em dezembro de 1967, todos ficaram assombrados quando o médico sul-africano Christian Barnard fez o primeiro transplante de coração inter-humanos. Apenas cinco meses depois, em maio de 1968, o cirurgião brasileiro Euryclides de Jesus Zerbini, que havia estudado com Barnard nos Estados Unidos, fazia o primeiro transplante na América Latina e o quinto do mundo! Apesar de hoje essa operação ser super conhecida, ela só é utilizada como último recurso.

Prazo para retirar o órgão do doador e levá-lo até o transplantado é de apenas quatro horas

1- Quando um doador tem a morte cerebral constatada, os médicos verificam se seu coração é saudável e pode ser doado. Após ser retirado, o órgão é mergulhado numa solução salina gelada, é recoberto por sacos plásticos e colocado em um isopor com gelo. Enquanto tudo isso ocorre, a Central de Transplante é avisada de que há um doador.

2- A Central de Transplante, em geral vinculada às secretarias estaduais de saúde, controla as listas de todos os transplantes. No topo da lista fica quem precisa de um novo órgão com mais urgência. Se o “número 1” não é compatível com o doador em questão — pesa bem menos ou tem sangue diferente, por exemplo — é chamado o número 2, e assim por diante.

3- Se o paciente que receberá o coração está em casa, ele é localizado pelo telefone. Se já está no hospital onde será feita a cirurgia, começa a ser preparado para a operação. É uma corrida contra o relógio: o tempo ideal entre a retirada do órgão doado e a chegada do coração no hospital do transplantado não pode passar de quatro horas.

4- O transplante começa com a abertura do peito do paciente. Em seguida, o sangue dele é desviado do coração doente por meio de duas cânulas (pequenos tubos) colocadas nas veias cavas — as duas grandes veias por onde o sangue entra no coração. Essas cânulas passam a conduzir o sangue para uma máquina ao lado da mesa de operação.

5- Essa máquina de circulação extracorpórea funciona como coração e pulmões artificiais: ela retira o dióxido de carbono do sangue e o oxigena. A seguir, uma bomba devolve o líquido para o paciente por meio de outra cânula, que é ligada à aorta — grande artéria por onde o sangue sai do coração para percorrer o corpo todo.

6- Só após as veias cavas e a aorta estarem conectadas à máquina de circulação é que o coração doente pode ser retirado. Dependendo da técnica usada na cirurgia, maiores ou menores pedaços do órgão permanecem no corpo do paciente. Após ser extraído, o velho coração é encaminhado para estudos

7- O passo seguinte é colocar o novo coração. Os médicos costuram os principais segmentos do órgão doado às partes correspondentes do velho coração que permaneceram no peito do paciente. Quanto tudo já está conectado, a circulação sanguínea do órgão é restabelecida.

8- Após cerca de quatro horas de cirurgia, o transplante acaba e o médico especialista se retira. Cabe à sua equipe fechar o peito do paciente e finalizar os procedimentos cirúrgicos. Em geral, após 15 dias de recuperação no hospital, o transplantado volta para casa com um coração novo no peito.


Redação com Internet

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