Heloísa Helena classificaLula como uma personalidade política brilha

“Eu identifico o presidente Lula como uma personalidade política brilhante, para o mal, infelizmente”. A Frase é da senadora e principal liderança do PSOL, a senadora alagoana Heloísa Helena, que concedeu na tarde deste Sábado (25), entrevista coletiva antes de proferir palestra no I Encontro de Marketing Político, que acontece no Espaço Cultural. Enfática, ele disse que o chefe da nação, conhecedor da estrutura partidária, das relações com o Congresso Nacional e com os setores econômicos, teve um conhecimento prévio das problemáticas e denúncias que envolvem sua administração, a exemplo do esquema de propina conhecido como “mensalão”.

“Eu não tenho dúvida que ele sabia. Seria impossível se montar um esquema de tantos tentáculos de corrupção na máquina pública, que vai desde os fundos de pensão ao pagamento das contas de campanha dele, ao balcão de negócios sujos do mensalão e das outras formas de mensalão. Pois continua havendo o mensalão no Congresso. Só que não é pagando o dinheiro para os parlamentares, mas a liberação de cargos, prestígios, dinheiro de emendas e poder para os parlamentares que são base de bajulação do governo”, analisou.

A senadora foi mais além, classificando o presidente da República como o “grande comandante da gigantesca estrutura de corrupção que foi montada na máquina pública”, falando que a própria oposição de “direita” poupou Lula e, mais recentemente, o ministro da Fazenda Antônio Palocci, pois tem vinculação e interesse no modelo econômico hoje adotado pelo governo federal.

Com um discurso áspero, Heloísa Helena disse não ter dúvida que, fosse o Congresso Nacional dotado, na sua maioria, por parlamentares que cumprissem e respeitassem a ordem jurídica vigente, teria sido aberto um processo por crime de responsabilidade contra o presidente da República. “E isso poderia culminar ou não com o seu afastamento. Mas já é ano eleitoral e essa decisão está nas mãos do povo”, observou.

Heloísa Helena comparou o governo Lula ao seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, taxando-os de neoliberais, relatando que, como maior liderança popular da América Latina, o presidente brasileiro traiu o povo ao patrocinar uma promiscuidade entre o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e setores do Judiciário. Nas suas considerações, a senadora disse que a atual gestão não necessitaria entrar nos “negócios sujos” para governar o Brasil, cientificando que outros mecanismos, lícitos, sobretudo, existem para garantir a governabilidade.

“Existem uma cantilena mentirosa de dizer que não se governa sem ter uma maioria bajulatória. Para definir a política econômica não precisa do Congresso Nacional. Investimentos em áreas como saúde, educação, campo e cidade não se precisa do Congresso Nacional”, exemplificou a senadora, para em seguida informar que, tivesse ela a chance de governar o país, buscaria uma relação de respeito com os parlamentares, associado à sociedade, para construir um modelo político menos draconiano.

Com relação à possibilidade de ser a candidata do PSOL à presidência da República, Heloísa Helena informou que está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais de Alagoas para a reeleição ou para assumir o governo do seu Estado, gerando, assim, uma pressão positiva dos alagoanos a fim de não disputar o assento do Palácio do Planalto. Contudo, em maio, a sua sigla realizará o seu congresso e, caso seja posto o seu nome como uma alternativa viável, ela será a postulante.

Sobre o projeto político de sua autoria que prevê parlamentares não terem sigilo bancário e fiscal, ela informou que o mecanismo ajudaria no combate à corrupção, salientando que na estrutura do seu partido, todos os membros têm seus sigilos abertos, inclusive o telefônico.

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