Política

Saída de Palocci parece inevitável, diz Financial Times

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O jornal Financial Times afirma que “parece ser inevitável que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, renuncie até o dia 31 de março”, data-limite para os ocupantes de cargos públicos deixarem o governo se pretendem se candidatar nas eleições de outubro. Segundo o diário britânico, os investidores deveriam monitorar o assunto com mais cautela. “Esse pretexto é conveniente: a posição de Palocci se tornou insustentável desde que ficou claro ao longo das últimas duas semanas que ele mentiu para uma comissão parlamentar de inquérito que investiga atos de corrupção em Brasília durante o atual governo e em Ribeirão Preto no período que Palocci era prefeito”, disse o jornal britânico em sua edição online.

Segundo o FT, aparentemente, os mercados financeiros não reagirão se Palocci sair. “Ocorreram leves tremores entre os investidores na semana passada, embora nada que possa ser comparado ao ocorridos no início deste mês, quando os mercados ficaram receosos que as taxas de juros nos Estados Unidos (EUA), Europa e Japão poderiam subir mais do que o esperado”, disse. “Ambos movimentos, na verdade, provavelmente refletem pouco mais do que um ponto de realização de lucros, e o real está de novo na rota da cotação de R$ 2 diante do dólar, tendo feito constantes ganhos dos R$ 3,95 em outubro de 2002 para R$ 2,15 na sexta-feira passada.”

Complacência

O FT alerta que pode estar havendo “complacência” nos mercados diante da possibilidade de renúncia do ministro. “Não há ninguém dentro ou perto do governo que combine o compromisso com a ortodoxia de Palocci com sua força de caráter e influência sobre o Partido dos Trabalhadores”, disse. Muitos integrantes do PT, incluindo ministros, são críticos das políticas de Palocci, acrescenta o jornal. “Pessoas com acesso ao presidente têm solicitado uma mudança de direção. Eles querem que 2006 seja o primeiro ano do segundo mandato de Lula”.

O jornal britânico observa que o presidente Lula não deverá alterar a política econômica antes das eleições. “Mas se ele for reeleito, quem vai chefiar o ministério da Fazenda?”. O FT cita uma análise da consultoria norte-americana Credit Sights, na qual ela afirma que uma saída de Palocci vai empurrar o centro do cenário político brasileiro para a esquerda e ameaçar a implementação de novas reformas, quem quer que seja o vencedor das eleições em outubro. “Os investidores deveria pelo menos prestar atenção”, alerta o jornal.

Agência Estado

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