presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira a repartição dos recursos naturais do planeta em benefício de todos os países e criticou o desequilíbrio de seu consumo que acaba prejudicando as nações mais pobres.
“A biodiversidade, o conjunto das diferentes formas de vida, é o maior tesouro do nosso planeta. Tudo o que o que possa ameaçá-la ou conspirar contra a repartição equitativa dos seus recursos deve ser rejeitado como ameaça à sobrevivência da humanidade e da Terra”, disse Lula ao participar da abertura do encontro de alto nível da Conferência Internacional da Biodiversidade (COP 8), em Curitiba.
“Nada que ameace a vida ou monopolize o acesso aos seus recursos serve à causa comum da humanidade”, acrescentou o presidente. Lula citou dados que mostram que 25% dos habitantes mais ricos do planeta consomem 80% dos recursos disponíveis na Terra. E reclamou do fato de os países industrializados gastarem US$ 900 bilhões por ano para proteger suas fronteiras e apenas US$ 60 bilhões para ajudar as nações pobres.
“Não é aceitável que os países mais pobres continuem a sofrer o principal ônus da degradação ambiental resultante de padrões insustentáveis de produção e consumo determinados pelas nações industrializadas”, disse o presidente.
Em seu discurso, Lula destacou o que chamou de avanços realizados por seu governo nesta área, entre eles a redução de 31% nos índices de desmatamento da Amazônia no período 2004-2005 e a aprovação da lei de gestão de florestas públicas.
Citou também que a área indígena no Brasil equivale a mais de um milhão de quilômetros quadrados, quase uma França e uma Alemanha juntas. Depois de ler o texto preparado, Lula fez um pequeno improviso no qual reconheceu que muito do que se discute nesses encontros ambientais não é colocado em prática, mas lembrou que, apesar disso, houve avanços significativos desde a conferência Eco 92, no Rio de Janeiro. Ao fim da cerimônia, o presidente teve um encontro com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e não falou com os jornalistas. A conferência de Curitiba vai até a próxima sexta-feira.
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