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Caderno pioneiro utiliza educação na luta pela igualdade

Criado para dar suporte, fortalecer as políticas de promoção da igualdade e estimular reflexões sobre o valor da cultura afro-brasileira nas escolas do Estado

Criado para dar suporte, fortalecer as políticas de promoção da igualdade e estimular reflexões sobre o valor da cultura afro-brasileira nas escolas do Estado, o Caderno de Diálogos Pedagógicos – Combatendo a Intolerância e Promovendo a Igualdade Racial na Educação Sul-Mato-Grossense, lançado ontem na Capital, utiliza a educação para promover a inclusão e a justiça social.

A publicação foi produzida em parceria entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (SED) e da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CEPPIR), e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

O caderno, pioneira em todo o País, servirá de apoio pedagógico aos professores da rede estadual, inserindo novas metodologias que obedeçam à lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira em todos os estabelecimentos de ensino fundamental e médio do País.

Segundo o presidente do Instituto Luther King, Aleixo Paraguassu, o caderno é um passo importante para transformar a sociedade com sua principal ferramenta: a educação. “É comum dizer que a educação é instrumento de transformação de uma sociedade. Através da cultura, ela cria o ambiente que faz valer a igualdade, rompendo barreiras criadas pelo racismo”, afirmou Paraguassu.

O caderno é também ferramenta de valorização das crianças afro-descendentes nas escolas do Estado. De acordo com Aleixo Paraguassu, ajuda a desmistificar o papel secundário dos africanos na cultura brasileira. “Nosso desejo de construir uma sociedade fraterna, sem preconceitos e racismo, esbarra na falta de valor que o próprio afro-descendente tem, já que é costume caracterizar o lado negativo sofrido pelos africanos no Brasil. Queremos apresentar a força, a tradição e a cultura destes povos, que deram uma contribuição inestimável ao País”, emocionou-se.

Para a coordenadora de Políticas de Educação da SED, Terezinha Figueiredo, o caderno auxiliará professores, professoras e demais profissionais de ensino a derrubar preconceitos criados na infância e adolescência. “É visível a formação do preconceito em crianças do ensino fundamental e médio. O caderno é um passo importante para melhoria do ambiente escolar, mas também, e principalmente, para a valorização e conseqüente promoção da igualdade entre crianças e adolescentes”, garante Terezinha.

Segundo o vice-governador e secretário de Estado de Planejamento e de Ciência e Tecnologia, Egon Krakhecke, o caderno é um orgulho para Mato Grosso do Sul e exemplo para o Brasil. “O compromisso do governo do Estado servirá de exemplo para o País no tratamento de questões importantes, como a busca pela igualdade através da educação, sua principal ferramenta”, afirmou Egon.

Para o secretario de Estado de Educação Hélio de Lima, a inclusão, em todos os níveis, é o objetivo das ações desenvolvidas pelo governo. “Vamos priorizar a busca pela inclusão. A educação é nosso melhor instrumento. Um grande passo foi dado hoje, na luta pela inclusão e igualdade racial. Crianças de todo o Estado conhecerão a cultura e a história de um valoroso povo que contribuiu muito para a formação do nosso País”, lembrou o secretario.

Serão distribuídos neste primeiro momento 10 mil exemplares do Caderno de Diálogos Pedagógicos a todas as 397 escolas estaduais de Mato Grosso do Sul. Através de um incentivo do Ministério da Educação, o governo do Estado distribuirá outros 10 mil exemplares da publicação que traz reflexões e debates para provocar no professor e na professora a desconstrução do modelo imposto pela sociedade, de desnível social e racial.

A publicação contém, além do texto da lei 10.639, artigos, estatísticas, perguntas provocativas e sugestões de atividades. “O caderno como um todo foi construído para desmistificar o papel secundário que durante séculos foi atribuído aos africanos. A própria mobilização da sociedade, de entidades e secretarias de governo prova que precisamos rever este papel através da educação”, afirmou o coordenador Nacional de Entidades Negras e presidente do Núcleo de Estudos Negros de Santa Catarina, Adilton de Paula, que coordenou a produção do caderno.

Ao final do lançamento, A cantora Leci Brandão, integrante do Conselho Nacional da Promoção da Igualdade Racial e a Banda Afro-brasileira Mukando Kandongo, fizeram uma apresentação artística. Participaram da solenidade o deputado federal João Grandão (PT), os deputados estaduais Pedro Kemp (PT), Pedro Teruel (PT) e os vereadores Cabo Almi (PT) e Alex do PT.

Fonte: Agora MS

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