Há coisas na vida que não devemos mudar: acordar pela manhã e se espreguiçar de uma determinada maneira, colocar o feijão sobre o arroz ou vice-versa, usar aquele jeans desbotado e quase roto, enfim… Mudar os nossos hábitos de comportamento é atentar contra si próprio. Algo difícil e perigoso. Mas, não é só o comportamento que é difícil, ou quase impossível, de ser modificado, o mesmo acontece com as obras de arte. Imaginem a Monalisa, por exemplo, com os cabelos mais curtos ou com o olhar voltado para a direita. Ela seria, então, apenas mais um retrato. O mesmo acontece com algumas carroçarias de automóveis, concebidas de forma tão definitiva que é “impossível” fazê-las mais interessantes visualmente.
O modelo CLS da Mercedes-Benz é um destes veículos visualmente inquestionáveis. Suas linhas são harmônicas, seus traços refletem perfeitamente uma tendência de época e o seu aspecto como um todo, com poucas, mas definitivas linhas curvas nos remontam à beleza inequívoca e simples da Lincoln Zephyr Continental 1939-40, um marco do estilo automotivo de todos os tempos. Como ela, a CLS deverá se perpetuar.
A ART, responsável por famosos e polêmicos projetos de customização de veículos, apresentou seu novo rebento. Desta vez, a CLS recebeu retoques estéticos e de performance e um novo sobrenome, GTR.
Com incrementos cosméticos e aerodinâmicos e baseada nas CLS55/63 AMG, a CLS GTR pretende fazer bonito no segmento dos sedans esportivos de alta performance.
Visto pela primeira vez em público durante o “Middle East Motor Show” Dubai em dezembro de 2005, o esportivo chegará definitivamente ao mundo real no “Special Import Car Show” em Tóquio, que será realizado em abril, mês a partir do qual os consumidores europeus poderão fazer encomendas.
O bom
A GTR agora está disponível em duas versões diferentes baseadas na motorização do CLS55 AMG Kompressor com 482 cv de potência a 6100 rpm e torque máximo de 71,4 kgfm: a GTR 560 com potência elevada para 568 cv, torque máximo de 80,6 kgfm e 0-100km/h em 4.4s; e a GTR 620 (versão de exportação) com 620 cv, torque máximo de 90,8 kgfm e 0-100km/h em 4s.
Para a versão quase pronta, baseada na CLS63, está sendo desenvolvido um sistema de exaustão esportivo em aço inoxidável com quatro ponteiras de 100 mm de diâmetro.
A suspensão, do tipo 4 link na dianteira e independente multi-link na traseira, com ajustes eletrônicos de altura, teve sua geometria alterada e as rodas ARTstar2 9,5Jx20 com pneus 255/30ZR20 na frente e 10,5Jx20, calçadas por pneus 305/25ZR20 atrás, contribuem para melhorar a dirigibilidade.
O feio
Quatro faróis auxiliares (2 de neblina), spoiler dianteiro duplo, grade sem o logo Mercedes-Benz, saias laterais, alargadores de pára-lamas/extratores de grandes dimensões, aerofólio sobre a tampa do porta-malas, extrator sob o pára-choque traseiro e a substituição dos logos Mercedes-Benz pelos da ART e GTR são transformações de gosto, no mínimo, duvidoso.
No cockpit, que ganhou apliques em fibra de carbono, revestimento em couro e alcântara (de acordo com a vontade do cliente), volante esportivo com airbag, pomo de câmbio em fibra de carbono couro e/ou alcântara (sob encomenda), tapetes com o logo ART (a inclusão das iniciais do nome proprietário é opcional), a polêmica continua graças à oferta de soleiras com logo ART iluminado e LEDs sob as saias para iluminar o chão, quando as portas são abertas.
O resultado final. O comércio pelo comércio não é benéfico. Daí que este conjunto de modificações acabou tornando o produto final muito mais próximo do casuísmo… Fazer por fazer, achamos, não credencia ninguém. Mas, como dizem: “Gosto não se discute.”
Fonte: Ag. NMA
ART CLS GTR
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