Em nota divulgada nesta terça-feira, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo afirmou que a demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não pode ser “um ponto final” na apuração das denúncias.
Segundo a entidade, a sociedade brasileira está indignada “diante das tentativas de desmoralizar o depoimento do caseiro Francenildo dos Santos Costa contra o ex-ministro”.
Um dia após a demissão de Palocci, o caseiro voltou hoje ao Senado para confirmar à Corregedoria não ter recebido dinheiro ou ajuda de senadores para fazer as denúncias contra o ex-ministro da Fazenda.
Palocci pediu afastamento do cargo na Fazenda nesta segunda-feira (27), após o agravamento da crise detonado pelo caseiro, que afirmou ter visto o então ministro da Fazenda numa casa em Brasília, supostamente alugada para encontros de lobistas e festas com garotas de programa.
Após a denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado ilegalmente. Palocci foi envolvido no crime pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, que disse ter entregue o extrato ao ex-ministro. Palocci está sendo investigado neste caso pela Polícia Federal.
A nota da OAB afirma ainda que “a entidade repudia todas as formas ilegais de investigação ou de acobertamento de delitos praticados por quem quer que seja. O país quer saber também se o ex-ministro da Fazenda teve conduta incompatível com a moralidade pública, se delinqüiu no cargo, se mandou violar o sigilo de um cidadão sem ordem judicial, num ato inaceitável dentro da Democracia”.
E ressalta que a sociedade brasileira espera que o governo apure todas as denúncias e puna os responsáveis.
“O presidente da República deve esclarecimentos à população, que o elegeu para conduzir os destinos do país, e não pode deixar sem respostas a nação nesse momento agudo da crise política brasileira”, diz o texto da nota da OAB.
Fonte: Folha Online
OAB-SP cobra do governo apuração de denúncias contra Palocci
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