Família diz que jovem sofreu abuso sexual dentro de clínica psiquiátri

A polícia civil investiga a denúncia de que um jovem de 24 anos, com problemas mentais, sofreu agressões e abuso sexual dentro da clínica psiquiátrica Amendoeiras, em Jacarepaguá. A vítima está internada em estado grave, no hospital Cardoso Fontes, desde a última semana. Em entrevista ao RJTV, o médico que atendeu o jovem disse que ele chegou com febre e com um quadro de inflamação abdominal devido a uma perfuração, provavelmente do reto (porção terminal do intestino grosso).

A família suspeita que ele tenha sido agredido por outros pacientes, durante mais de um ano. Em janeiro de 2005, foi registrada uma queixa no 32º DP. O rapaz teria feito exame de corpo delito, mas até hoje a família não teria recebido o laudo. Em razão do estado da vítima, uma nova perícia só poderá ser realizada dentro de 15 dias.

O IML (Instituto Médico Legal) informou que o laudo realizado no ano passado não encontrou sinais externo de violência, mas disse que a vítima não colaborou.

A direção da clínica onde o jovem está internado há 12 anos negou que tenha ocorrido alguma negligência de seus funcionários e informou que abriu uma sindicância interna para apurar o caso.

A clínica é particular, mas possui convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde). Tem capacidade para 217 pacientes. Mas, por determinação da Vigilância Sanitária, a clínica está proibida de receber novos pacientes desde dezembro do ano passado. Também foram interditados os setores de alimentação, lavanderia e esterilização.

A Vigilância Sanitária está avaliando com a Secretaria Municipal de Saúde uma possível interdição total da clínica e a transferência dos pacientes. Segundo a Vigilância, numa nova vistoria realizada em janeiro foi constatada uma piora nas condições sanitárias.

Quanto a denúncia de agressão e abuso sexual, o caso está sendo investigado pela polícia e pelo Ministério Público. O delegado da 32º DP foi até a clínica nesta manhã para buscar um paciente para prestar depoimento.

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina) e a Comissão de Saúde da Câmara Municipal também acompanham o caso.


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