Música

Renovada, Gal Costa estréia turnê e prepara viagem a Londres

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A tropicalista Gal Costa afirmou que seus 60 anos de idade não pesam em suas costas na hora de entrar no palco do Canecão, tradicional casa de shows do Rio de Janeiro, onde irá estrear na quinta-feira a turnê de “Hoje”, seu novo CD, lançado no ano passado. Os shows acontecem até domingo.

A cantora prepara uma viagem a Londres, onde também se apresentará, e encampa projetos de um álbum com músicas de Chet Baker e de uma biografia para a TV paga.

“É como se eu estivesse recomeçando. Eu não tenho idade. Não sei como é se sentir aos 60 anos. Me sinto feliz, cheia de energia e com minha voz inteira”, afirmou a cantora a jornalistas na tarde de terça-feira, em um hotel do Rio.

De mudança para São Paulo — onde diz se sentir mais próxima de seus músicos e de sua gravadora, a Trama— e dez quilos mais magra, a cantora se orgulha de ter produzido um CD somente com músicas inéditas.

“Descobri compositores maravilhosos”, disse. “Eu me sinto muito isolada na Bahia porque tudo que eu preciso está em São Paulo. Quero ter algum lugar lá para ir quando quiser.”

Mas ela também defende as regravações. “É importante porque você traz músicas importantes para uma geração que não as conhece. É como se fosse inédito. Eu tenho um público jovem, que vai ao meu site e deixa mensagens”, contou.

Seu show, que já passou por três cidades do interior de São Paulo (Jundiaí, Santos e Ribeirão Preto) antes de fazer a grande estréia numa capital, não traz somente as músicas do novo trabalho. Na verdade, duas ficaram de fora, mas a cantora não quer contar quais. “Não posso contar tudo, senão tira a magia e o mistério do show”, brincou.

Antigas canções são poucas, mas músicas célebres do repertório brasileiro surgem como surpresas no palco. “Quis experimentar antes, sentir a platéia. Antigamente, a gente podia ensaiar durante dois ou três dias. Hoje não dá”, reclama.

No show, entram “Fruta Gogoia” e “Antonico”, do início de sua carreira, e “Todo Amor que Houver Nessa Vida” e “As Time Goes By”, de outros compositores.

Gal disse que costuma acatar pedidos da platéia. “É um show onde me sinto à vontade em não precisar cantar um repertório antigo, em que há preocupação em fazer algo musicalmente competente e bonito, apenas”, disse.

TROPICALISMO

Em 28 de abril, Gal vai a Londres para um show em que reencontra no palco dois músicos que atuaram com ela no início dos anos 1970, o guitarrista Lanny Gordin e o baterista Tutty Moreno, na exposição sobre a Tropicália no Barbican.

“Não temos nada definido ainda. É bastante natural que eu faça um ou dois ensaios com os músicos para que a gente faça uma bela apresentação. Não tocamos juntos há anos, só nos encontramos e conversamos. Mas eles são maravilhosos.”

Ela ainda vai gravar um DVD ao vivo do novo show e participará de um projeto biográfico na TV paga, como o realizado com Chico Buarque no ano passado. “Acho que eu já mereço, se bem que ainda tenho muita estrada pela frente”, analisou.

Antenada à tecnologia, Gal carrega em suas viagens um computador e um mp3 player, onde ouve músicas suas e de outros intérpretes.

“Acho que a indústria fonográfica está em processo de transformação, mas ninguém sabe onde vai parar. A tecnologia vai mudar. Download hoje é uma realidade. Na minha gravadora, isso já existe. A tendência é as pessoas comprarem as músicas pela Internet e fazerem seus próprios discos”, opinou Gal. “Mas o fetiche de ir à loja, pegar no CD e gostar da capa vai continuar existindo.”

A cantora, no entanto, defende a criação de leis que regulem a distribuição de músicas e combata a pirataria, principal vilão apontado pela indústria fonográfica.

“Gosto de Lenine, de Marisa (Monte). Eu gosto muito do Los Hermanos. Não vou ao Carnaval. Acho algumas cantoras legais, mas eu não consigo ouvir um disco inteiro de axé. É uma música alegre e ritmada, o Carnaval é muito bacana, mas não é o tipo de sonoridade que faz parte da minha discoteca”, contou.

Ela diz que tem vontade de fazer um novo disco de músicas de Tom Jobim, como fez há sete anos em “Gal Costa Canta Tom Jobim”.

“Tem muita coisa ainda para cantar”, disse. “Acho que vai chegar uma época da minha vida em que vou me dedicar a produzir discos e me afastar, talvez, dos palcos. Tem muita coisa que eu quero fazer, mas não dá tempo”, afirmou a cantora.

Terra

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