A 1ª Jornada Nacional da Produção Científica terminou na quarta-feira, dia 29, em Brasília, com uma miniconferência internacional sobre a formação profissional na América Latina, na qual foi destacado o desempenho das escolas técnicas brasileiras.
Em sua palestra, Pedro Daniel Weinberg, diretor do Centro Interamericano de Investigação e Documentação sobre Formação Profissional, órgão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), elogiou o trabalho feito no Brasil. “Além da demonstração de que o Brasil realiza bons debates na área de educação profissional, esta jornada é uma prova da riqueza que as escolas técnicas produzem em todo o país”, afirmou.
Segundo Weinberg, a educação profissional e tecnológica no Brasil e em toda a América Latina é a primeira opção para aqueles que não têm acesso à educação. Para ele, os países da região não teriam se industrializado tão rapidamente se não houvesse a oferta da educação tecnológica. O diretor recomendou aos centros federais de educação tecnológica (Cefets) que busquem sempre inovar e criar oportunidades para os estudantes.
Em outra conferência no encerramento da jornada, Gaudêncio Frigotto, autor de inúmeros livros e artigos sobre a educação profissional e tecnológica no Brasil, criticou a busca de soluções fáceis. “Estamos acostumados a buscar atalhos, desafirmando, assim, o sistema nacional da educação, que vai da pré-escola ao ensino superior”, disse.
Segundo ele, não é aconselhável saltar níveis do sistema educacional. “Então, por meio da formação de uma boa base de estudos, devemos construir, reconstruir e avançar com o sistema educacional”, disse. “Somente assim o grande problema da educação profissional e tecnológica — o grande vácuo que existe em seu meio (nível básico e nível médio em falta) — será resolvido.”
O titular da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Eliezer Pacheco, destacou o nível dos debates e a ação em conjunto das redes federal e estadual de educação profissional e tecnológica. “É de grande importância destacar o papel da educação profissional e tecnológica no nosso projeto de cidadania como mais um meio de garantir a igualdade social no país”, afirmou.