A economia sob a ótica de Maílson da Nóbrega

Um dos intelectuais mais respeitados da América Latina, Maílson da Nóbrega destaca-se por ser um homem sempre atuante, seja quando foi ministro do governo Sarney, ou agora como um pensador e empresário.

Sem dúvida, alguns dos pilares que fizeram o Brasil chegar a ocupar hoje a 11ª posição, entre os países com as economias mais fortes do planeta, se deve também ao trabalho de Maison, pelo menos é assim que pensa o também ex-ministro, Antônio Palocci.

Em uma rápida passagem pela capital paraibana, na última segunda-feira (27), para o lançamento do seu livro (O Futuro já chegou), Maílson recebeu os cumprimentos de dezenas de paraibanos, na livraria Cicciliano no Manaíra Shopping. Segundo Maílson, “apesar de o nome do meu livro ser uma contradição, já que o futuro nunca chega, acho que já iniciamos um ciclo de desenvolvimento que deve permanecer em definitivo”, comentou em meio a sorrisos.

Em entrevista ao Portal ClickPB, Maílson revelou-se otimista o tempo todo, fez algumas ressalvas a indicação de Guido Mantega, mas de um modo geral só fez elogios a “Terra Brasilis”.

Sobre o novo ministro de Fazenda disse: “Guido deve manter a política austera de Palocci, se isso não for feito e ele continuar com a postura que teve ao criticar a política de juros do Banco Central, o resultado será preocupante, tudo dependerá do seu relacionamento com o Banco Central”, enfatizou Maílson.

Otimismo aliás, é a cara do ex-ministro que sorridente fala sobre o Brasil, “estamos caminhando no sentido do desenvolvimento e já conseguimos realizar vários investimentos sociais, isto mostra que não é só a economia que está se fortalecendo, mas sim a nação”, relatou.

Não resta dúvida que Maison é o grande nome vivo da economia paraibana, hoje ele é o conselheiro econômico de maior destaque no País. Entre seus clientes estão: o Grupo Pão de Açúcar, onde divide a mesa com o também ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, além do ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda José Roberto Mendonça de Barros, e do ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Roberto Teixeira da Costa.

O livro foi escrito em sete semanas, na época Maílson era pesquisador visitante, na FEA-USP. Para o autor “a coluna dorsal da obra são as instituições estudadas no seu sentido mais amplo, que abrange aquelas formalmente estruturadas, bem como as regras do jogo informais, que pautam o comportamento humano”.

Maílson da Nóbrega usa a história para justificar suas visões e traça desta forma previsões para o futuro econômico do Brasil.

Nosso ilustre paraibano, atualmente é sócio da Tendências Consultoria Integrada, empresa de consultoria econômica e política sediada em São Paulo. Foi pesquisador-visitante da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da (FEA) da USP.

Sobre o pedido de afastamento de Antônio Palocci, o ex-ministro afirmou que “foi um gesto de grandeza, ele não tinha mais condições políticas de permanecer no cargo. Seguramente será lembrado como um dos melhores ministros da Fazenda do Brasil”, disse.

Em um momento mais contundente da entrevista, Maílson desabafou que “Palocci foi muito importante por convencer o PT a praticar o modelo econômico que se encontra vigente, caso contrário as idéias antigas do partido seriam um desastre para a economia”, disparou.

A blindagem da economia, para que não seja atingida pela crise política é considerada positiva pelo ex-ministro, ele afirma que “a economia estar blindada, não significa que nada possa acontecer, porém o Brasil criou instituições que impedem o uso populista de situações como esta”, assegurou.

Dono de uma imagem sólida, Maílson da Nóbrega continua cativando brasileiros de toda parte.


Janildo Silva
ClickPB