Herbalife contrata fábrica no Brasil

O sonho do brasileiro de conquistar um corpo perfeito, aliado à crescente demanda por saúde e qualidade de vida, tem rendido bons negócios para a americana Herbalife. A empresa, que atua na comercialização, por meio de venda direta, de produtos nutricionais, planeja transferir para o Brasil parte de sua produção terceirizada. O objetivo é atender a demanda doméstica e, num futuro próximo, exportar, afirma Eneida Bini, diretora geral da rede no Brasil. Ela ainda não divulga o nome da indústria parceira. Hoje, além dos Estados Unidos, a empresa tem linha de produção no Canadá, Europa e China.

Em apenas dez anos, a operação nacional tornou-se o terceiro principal mercado da companhia em nível mundial. A Herbalife iniciou suas atividades no Brasil em 1995. No último ano, o volume de negócios foi 30% superior ao de 2004. Já as vendas líquidas, em dólares, cresceram 52,8%.

Com a famosa estratégia de marketing do “Quer perder peso: pergunte-me como”, criada há 25 anos pelo americano Mark Hughes, a Herbalife movimentou, em 2005, US$ 2,5 bilhões em vendas brutas no varejo. Isso corresponde a US$ 1,6 bilhão em vendas líquidas e crescimento de 19,6% sobre 2004. “Foi um crescimento bastante significativo, principalmente se considerado a base alta de 2004 quando a empresa já havia tido um incremento de 13% nos resultados.”

A rede global de distribuidores da empresa atingiu no último ano 1,3 milhão de pessoas em 62 países, o que representa 12% de expansão em relação ao ano anterior. “O crescimento da corporação é uma combinação de diversos fatores como o aumento da base de distribuidores nos mercados onde já atuamos, a expansão geográfica e o lançamento de novos produtos”, diz Eneida.

Em 2005, a empresa iniciou a venda direta na Hungria. “Este ano começamos a trabalhar também com os mercados da Malásia e Costa Rica. Agora estamos olhando para a China”. A empresa tem 14 lojas no país, em sete províncias e agora está finalizando o processo de adaptação às regulamentações chinesas para venda direta.

“Crescemos em função do potencial do mercado brasileiro, onde a população está mais consciente da importância de ter um nível de vida saudável e também por oferecermos uma excelente oportunidades de trabalho”, afirma. Prova disto é que o número de vendedores no País passou de 100 mil, em 2004, para 130 mil.

Eneida afirma que, mesmo com os bons resultados, o mercado brasileiro ainda está praticamente inexplorado. De acordo com estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, nos últimos 20 anos a obesidade duplicou entre adultos e triplicou entre as crianças. “Mais de 40% da população adulta está acima do peso, sendo que 10% podem ser considerados obesos.” Entre as crianças, o percentual também é preocupante, o estudo mostra que 20% dos entrevistados estão acima do peso, 5% dos quais já na faixa da obesidade.

Este ano, a empresa trabalha para continuar crescendo na casa de dois dígitos. Para isso, aposta no lançamento de produtos de 15 linhas novas de produtos. “Esperamos que parte desses produtos já sejam produzidos localmente”, diz Eneida.

Em 2005, já foram lançados sete linhas de produtos, entre itens de controle de peso, nutrição diária e suplementação nutricional, e produtos para cuidados pessoais. “Também aumentamos os investimentos em marketing e iniciamos o patrocínio de eventos esportivos”. Para 2006, estão previsto recursos de aproximadamente R$ 5 milhões na capacitação da força de venda e marketing.

A executiva destaca que a empresa está ampliando o relacionamento com a comunidade médica, através do patrocínio de seminários e congresso. O objetivo é esclarecer esses profissionais sobre a função dos suplementos alimentares. “Investimos para levar informações sobre quão idônea, correta e séria é a Herbalife”, diz Eneida. Os esforços deram resultados, segundo ela, que afirma que já existem médicos que sugerem os produtos como apoio ao programa de redução de peso.

Fonte: Gazeta Mercantil