Saúde

Cientistas cultivam células da bexiga em laboratório

Células retiradas dos próprios pacientes são usadas para regenerar a bexiga de doentes

WASHINGTON – Cientistas americanos implantaram células de bexiga dos próprios pacientes cultivadas em laboratório para regenerar o órgão, afirma um estudo publicado na revista The Lancet.

“Este é um pequeno passo em nossa capacidade de progredir rumo à substituição de tecidos e órgãos danificados”, afirmou Anthony Atala, diretor do Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte.

Na regeneração dos órgãos foram utilizadas células do próprio paciente, não havendo assim o perigo de rejeição, e o bom funcionamento da bexiga se manteve durante mais de sete anos, acrescentou.

O relatório sobre o estudo indicou que os cientistas esperam que a criação de órgãos no laboratório ajude no futuro a superar o problema da escassez de ofertas para transplantes.

Os problemas na bexiga podem levar a lesões renais, e até então eram tratados com uma cirurgia reconstrutiva feita com enxertos de tecidos intestinais ou do estômago. No entanto, os médicos advertem que o uso deste tipo de segmento está vinculado a outras complicações.

Uma delas surge do fato de que a função original do intestino é a absorção de nutrientes, e a da bexiga é a excreção. Como resultado, os pacientes que se submetem ao tratamento vêem aumentar o risco de sofrerem problemas como osteoporose, câncer e formação de cálculos renais.

Participaram do estudo pacientes com idades entre 4 e 19 anos que sofrem de incontinência ou mal funcionamento da bexiga devido a um problema congênito, cuja conseqüência pode ser uma lesão renal.

Processo

O processo para regenerar o órgão do paciente consistiu inicialmente em uma biópsia para extrair amostras de células das paredes da bexiga. Essas células foram cultivadas e multiplicadas em um laboratório até que houvesse número suficiente para colocá-las num molde biodegradável com a forma da bexiga.

Depois de sete semanas, essas células foram enxertadas através de suturas na bexiga original do paciente. As novas bexigas mostraram um funcionamento tão bom quanto o das que substituíram, sem os efeitos negativos provocados pelos tecidos intestinais, afirmou o estudo.

“Mostramos que as técnicas da medicina regenerativa podem ser utilizadas para criar bexigas funcionais” e “é gratificante ver como melhorou a qualidade de vida destes pacientes”, disse Atala.

“Isto sugere que a medicina regenerativa pode ser algum dia a solução para a escassez de órgãos para os transplantes neste país”, afirmou o cientista. Atala acrescentou que as novas bexigas mostraram “parâmetros melhorados de funcionamento que podem se manter durante um período de anos”.

No entanto, o cientista advertiu que “é necessário estudos adicionais antes que este procedimento possa ser aplicado de forma generalizada”.

Estadão.com.br

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