A oposição informou que conseguiu o apoio da bancada do PMDB para aprovar na CPI dos Correios o relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Apresentado na semana passada, o relatório de Serraglio foi alvo de críticas de parlamentares do PT, que tentaram modificar o texto.
A última tentativa de alteração do relatório ocorreu ontem, quando o PT apresentou um voto em separado –chamado de relatório paralelo– com cerca de 1.100 páginas. Depois de muita discussão com a oposição, o PT acabou desistindo de aprovar esse voto em separado.
O acordo entre o PT e a oposição só foi possível porque os dois lados passaram a temer a possibilidade da CPI terminar sem um relatório conclusivo –os trabalhos da comissão serão encerrados na segunda-feira e havia o risco de não haver votos para aprovar nem o texto de Serraglio nem o voto em separado do PT.
Serraglio disse que a bancada do PMDB do Senado deve aprovar o seu relatório. “O senador [Ney] Suassuna disse que PMDB vota comigo no Senado”. Ao mesmo tempo, ele afirmou que o PT não tem votos para derrubar o seu relatório.
Para buscar um entendimento ficou definido que a CPI tentará votar hoje o relatório de Serraglio, como quer a oposição. O PT, por sua vez, tentará aprovar 36 votos em separado que tentam alterar ou retirar trechos do texto de Serraglio.
Serraglio admitiu a possibilidade de fazer mudanças em seu relatório desde que elas não alterem a “estrutura dorsal” do relatório. Ou seja, ele não abre mão do relatório que confirma a existência do pagamento do “mensalão” para a base aliada votar com o governo. Os petistas queriam negar o “mensalão” e admitir a existência do caixa dois da campanha eleitoral.
Entre os pontos a serem negociados por Serraglio com os petistas está a retirada das acusações contra os ex-ministros Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e José Dirceu (Casa Civil). O relatório original de Serraglio pedia o indiciamento dos dois por corrupção ativa.
Também pode entrar na lista de negociação de Serraglio o pedido de indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, que ficou de fora do relatório original.
Folha Online
Com apoio do PMDB, oposição diz ter votos para aprovar relatório de Se
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