Em sessão tumultuada, a CPI dos Correios aprovou nesta quarta-feira, por 17 votos a 4, o relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR)com modificações que retiram nomes de acusados no relatório original.
Uma semana depois da apresentação do relatório de Serraglio, oposição e petistas travaram uma disputa para retirar e incluir partes do relatório.
Contra a vontade dos petistas, acabou prevalencendo a versão do relator de que houve “mensalão” no esquema de corrupção investigado pela comissão. No entanto, alguns pontos serão votados em separado, como queriam os petistas.
O relatório aprovado incluiu outras alterações em relação ao documento apresentado há uma semana. Entre as mudanças, está a retirada do pedido de indiciamento do ex-secretário-executivo da Integração Nacional Márcio Lacerda, o ex-presidente do banco do Brasil Cássio Casseb e o atual presidente dos Correios, Janio Cezar Luiz Pohren.
Tumulto
A sessão foi marcada pelo bate boca entre parlamentares e pela abstenção — dos 32 integrantes da CPI, apenas 21 votaram.
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da comissão, interveio e elevou o tom de voz por várias vezes. Delcídio disse que não interromperia a votação e cortou o áudio do microfone da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que pedia a palavra. “Eu e mais vários parlamentares apresentamos destaque de votação”, afirmou Ideli, referindo-se ao chamado relatório paralelo do PT.
Outro deputado que reclamou foi Jorge Bittar (PT-RJ), que questionou a decisão de Delcidio, ao alegar que os integrantes da comissão têm direito de receber, por escrito, todas as modificações feitas no relatório, que foram lidas há pouco por Serraglio.
Dos senadores, quatro foram contra o relatório e seis votaram pelo relatório de Serraglio, que os petistas criticaram.
Durante a votação dos deputados, Maurício Rands (PT-PE) tentou defender o relatório paralelo petista, mas também teve o microfone cortado por Delcidio. Vários deputados gritavam “com o relator” e eram aplaudidos pelos parlamentares da oposição.
O presidente da CPI, senador Delcidio Amaral (PT-MS), declarou encerrados os trabalhos da comissão, sob aplausos da oposição. A CPI começou a funcionar em junho do ano passado.
Uol
