Repercutiu esta semana em jornais da Europa a prisão dos 110 estrangeiros na discoteca Hollywood, em Ponta Negra. O periódico português Metro, que conta uma circulação média de 150 mil exemplares diariamente, deu como manchete de capa da última segunda-feira, três dias depois do ocorrido, a reportagem com chamada: ‘‘Rusgas apanham portugueses no Brasil’’. A matéria foi destaque na página nove e citou, em meio às fontes, a edição eletrônica do Diário de Natal, o DN On Line. Nela, de acordo com jornal, foram obtidos o número de mulheres que se encontravam no estabelecimento, na madrugada de quinta para sexta-feira da semana passada, no momento em que os integrantes da Operação Saturação, da Polícia Federal, chegaram à boate.
Na Ásia, o Malaysia News deu como título da matéria ‘‘Polícia brasileira prende 118 turistas em operação de combate ao sexo turismo’’. A matéria foi publicada no último domingo e deu como enfoque o local onde os estrangeiros foram presos. Estes, como informou o Diário de Natal, tinham como procedência a França, Espanha, Suécia, Noruega, Itália, Portugal, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Estados Unidos e Irã. Para realizar a operação, os federais chegaram à boate pouco depois da meia noite do último dia 31, quando a casa estava cheia, e utilizaram 70 policiais, dois ônibus e 10 viaturas para fazer o transporte dos prisioneiros.
Havia três mulheres para cada um dos homens dentro da boate, avaliou um policial federal, mas como estavam com documentos e eram todas maiores de idade, nenhuma delas sequer foi detida ou levada para a PF, sendo liberadas lá mesmo na boate. Já no final da operação, quando transitavam pela Avenida Engenheiro Roberto Freire, os policiais federais perceberam um automóvel Celta que transportava um grupo de meninas que acabara de sair da boate. Elas também foram detidas e tiveram que apresentar documentos. Uma se identificou para os policiais federais como mulher de um policial civil.
O titular da Coordenadoria dos Direitos Humanos e Defesa das Minorias, Marcos Dionísio, afirmou ontem que caso Ponta Negra queira recuperar sua imagem, como destino de lazer para potiguares e turistas, este tipo de operação feita pela Polícia Federal tem de se reforçada. O poder público, segundo ele, não pode mais compactuar com o sexo turismo mas é preciso, sobretudo, esclarecer que não se trata de forma alguma de uma manifestação de xenofobia. ‘‘É importante frisar que Natal e o Brasil são um porto seguro para europeu, mas o turismo, no meu entender, deve ser sadio e não predatório’’, comenta Marcos Dionísio.
Ele se diz contra à prática de controle de vôos charters vindos da Europa, mas afirma que o estado tem de se preparar tecnicamente para melhor receber os estrangeiros. Em sua opinião, esse intercâmbio é importante para o crescimento da economia local desde que a continuidade de operações de combate ao sexo turismo seja realmente mantida, para que, de forma concatenada, o problema seja resolvido.
Fonte: Diário de Natal
