Após a decisão do plenário da Câmara de rejeitar ontem à noite o pedido de cassação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o Conselho de Ética quer acelerar a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com o voto secreto.
A PEC propõe que a votação dos processos de cassação de mandato parlamentar seja aberta, como já ocorre no Conselho de Ética.
Hoje de manhã, um grupo de oito deputados que integram o Conselho de Ética redigiram uma carta de renúncia. A renúncia coletiva era um protesto contra a absolvição de João Paulo Cunha que elevou para oito o número de envolvidos no “mensalão” que conseguiu escapar da cassação.
Mas o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), tentou conter a renúncia coletiva e pediu para os parlamentares permanecerem no Conselho até a votação dos três últimos processos que estão em análise –contra Vadão Gomes (PP-SP), José Janene (PP-PR) e Onyx Lorenzoni (PFL-RS).
“Eu não aceitei a renúncia e pedi para que eles ficassem no conselho até o final do processo”, afirmou o presidente do Conselho de Ética.
Júlio Delgado (PSB-MG) foi o único deputado a não acatar imediatamente o apelo de Izar. Delgado disse que deixa hoje mesmo o Conselho de Ética. Essa postura foi criticada por Izar. “Por que ele [Delgado] não renunciou no caso dele [Delgado relatou o processo contra José Dirceu]? Porque ele estava aparecendo bem [na mídia].”
O Conselho é composto por 15 titulares e 15 suplentes. Entre os titulares que apresentaram a carta de renúncia estavam também Chico Alencar (PSOL-RJ), Orlando Fantazini (PSOL-SP), Nelson Trad (PMDB-MS) e Carlos Sampaio (PSDB-SP). Dos suplentes, pediram para sair do Conselho os deputados Cezar Schirmer (PMDB-RS), Marcelo Ortiz (PV-SP) , Cláudio Magrão (PPS-SP).
Chico Alencar e Nelson Trad afirmaram que ficam no Conselho somente até a próxima semana, quando o processo contra Vadão Gomes (PP-SP) deve ser analisado.
Já Carlos Sampaio disse que vai analisar o pedido de Izar. Por enquanto ele se comprometeu a ficar no Conselho até a votação do processo contra José Janene (PP-PR).
Os demais devem dizer até a próxima semana se atendem o apelo de Izar e ficam no Conselho ou se saem mesmo assim.
Fonte: Folha Online
Conselho quer acelerar votação da emenda que acaba com voto secreto
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