A acusação no processo de Zacarias Moussaoui apresentou nesta quinta-feira gravações de vídeo do 11 de Setembro, mostrando pessoas pulando no espaço para tentar escapar do horror que tomou conta das Torres Gêmeas do World Trade Center.
Na sala 700 do tribunal federal de Alexandria (Estado de Virgínia, no leste dos Estados Unidos), onde acontece o processo contra o francês por cumplicidade nos atentados, os jurados assistiram a um vídeo feito do 35º andar de um hotel próximo às torres gêmeas.
O vídeo amador foi feito por um casal de turistas, Tami e Guy Rosbrook, que mais tarde o entregaram à Justiça. Imagens de pessoas pulando das torres já tinham sido mostradas por toda a imprensa, mas estas são muito nítidas.
Corpos se jogavam no espaço, e o toldo de uma barraca ao pé de uma das torres foi várias vezes atravessado. As vítimas “foram muito organizadas”, disse à audiência Tami Rosbrook, aos prantos. “Elas organizavam o salto em função do toldo”, que não era suficiente para amortecer o choque.
A câmera também filmou a calçada, salpicada de manchas vermelhas: os restos dos corpos daqueles que preferiram saltar para escapar do inferno das chamas provocado pela gasolina dos tanques dos aviões.
Um pouco mais tarde, a acusação colocou para que todos ouvissem a gravação da voz de Mohammed Atta a bordo do Boeing 767 da American Airlines, o vôo 11 que se chocou contra a torre norte, às 8h46.
Esta gravação foi divulgada durante as audições na Comissão Nacional de Investigação sobre o 11 de Setembro.
“Temos os aviões… Ninguém se mexe, e tudo ficará bem, fiquem tranqüilos”: duas vezes Atta falou com os controladores da torre de Boston, acreditando falar com os passageiros.
Moussaoui, que pode ser condenado à pena de morte, sorriu e deixou a sala esta tarde com a frase “para ganhar, é preciso sofrer, América”.
O processo será retomado na segunda-feira de manhã.
AFP
