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Revista masculina provoca polêmica na Indonésia

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A Playboy pode não estar mais entre as publicações mais picantes em alguns países, mas a primeira edição da revista na Indonésia, a nação com a maior população muçulmana do mundo, provocou polêmica na sexta-feira.

Embora as fotografias da revista mostrassem menos pele do que a de edições norte-americanas de 50 anos atrás, as cópias passaram de mesa em mesa nos escritórios de Jacarta e os jornais e emissoras discorreram longamente sobre a publicação.

Um líder de um grupo muçulmano militante ameaçou usar a força, se necessário, para retirar a revista das bancas. Como a original, a Playboy indonésia exibiu uma série de entrevistas, artigos profundos e fotografias coloridas de mulheres, incluindo um pôster central. Mas nenhum seio ficou totalmente exposto nas fotos.

“Não vi nada surpreendente nesta revista. Depende de como as pessoas a interpretam. Para mim, não tem problema”, disse Alex, que não quis dar seu nome completo, à Reuters Television. Uma dona-de-casa de 40 anos, Maya, desaprovou. “Com certeza vai contra a nova lei antipornografia”, disse.

A reprovação também veio de Chamammah Soeratno, chefe da ala feminina do maior grupo islâmico moderado do país, o Muhammadiyah. “Todo mundo sabe que é uma revista pornográfica. A primeira edição pode não ter nenhuma nudez. É uma medida muito esperta dos editores”, disse.

O parlamento da Indonésia está debatendo uma lei para aumentar de forma significativa o controle sobre a mídia e o comportamento público, em um esforço para reduzir o que seus defensores chamam de pornografia.

Ameaça aos editores

A Indonésia tem muitas revistas nas bancas que vão além no conteúdo sexual dos seus artigos do que o mostrado na nova Playboy. Na verdade, o vendedor de revistas Azis, de 41 anos, disse à Reuters que a Playboy não era diferente de uma revista local dirigida ao público masculino, a Matra.

Mas a imagem da Playboy e sua origem ocidental provocaram protestos no país assim que chegou a notícia de que havia planos para uma edição indonésia, apesar das promessas dos editores de uma versão bem-comportada. Cerca de 85 por cento das 220 milhões de habitantes da Indonésia seguem o Islã. Embora a maioria seja de muçulmanos moderados, há uma tendência crescente de mostrar a identidade islâmica e atitudes conservadoras.

O governo é oficialmente secular e tolera outras religiões, e a pressão por leis mais de acordo com crenças ortodoxas vem sendo uma fonte regular de polêmica nos últimos anos. Alguns grupos militantes resolveram assumir as rédeas da situação, por exemplo, atacando igrejas sem licença e bares que vendem álcool durante o período de jejum muçulmano.

“Tenho medo de vender a primeira edição porque foi reportado que as organizações islâmicas estariam em alerta”, disse o jornaleiro Ronni, de 30 anos, que trabalha perto da sede de um grupo muçulmano linha-dura, a Frente dos Defensores Islâmicos (FPI).

Tubagus Sidiq, um dos líderes da FPI, disse à Reuters: “A FPI se opõe (à Playboy) seja qual for seu formato.” “Se eles não retirarem (a revista), então vamos agir da nossa maneira, de modo mais enérgico. Nossa equipe vai perseguir os editores… Nós nos opomos até mesmo ao nome Playboy.”


Reuters

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