Itamar Franco (PMDB-MG) deu sinal verde para que os peemedebistas simpáticos a ele tentem construir uma candidatura de terceira via à Presidência da República a partir do seu nome. Mas o ex-presidente (1992-94) não pretende se manifestar nem trabalhar por isso, por considerar o PMDB fracionado demais.
O deputado federal Marcelo Siqueira (PMDB-MG), itamarista de longa data e integrante do grupo de Juiz de Fora (MG), disse que politicamente há espaço para uma candidatura alternativa às do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, Itamar ocuparia muito bem esse espaço.
Na avaliação do grupo itamarista, a candidatura Itamar só se viabilizaria se três das quatro frações do PMDB se unissem. A saber: o grupo que apóia Lula, o que apóia Alckmin, o do ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato do partido, e o dos que são simpáticos a Itamar –do qual fazem parte o ex-governador Orestes Quércia (SP) e o senador Pedro Simon (RS).
Siqueira acrescentou que Itamar tem recebido muitos telefonemas de apoio desde que Quércia lançou-o como alternativa nesta semana.
O PPS do deputado federal Roberto Freire (PE), pré-candidato à Presidência, manifestou satisfação por essa alternativa, embora o partido não tenha cogitado desistir da candidatura própria em favor de Itamar. Freire foi líder do governo Itamar na Câmara.
Siqueira disse que a prudência recomenda que Itamar se mantenha em silêncio, deixando a coisa “fermentar”. Disse que Itamar, por enquanto, segue disposto a se lançar na disputa pelo Senado, com o apoio do governador Aécio Neves (PSDB-MG).
Ele lembra que Itamar está vacinado e que, com tantas frações dentro do partido, não é possível afirmar nada sobre os rumos do PMDB.
A maior dose da vacina anti-PMDB Itamar recebeu em 1998, quando foi pré-candidato a presidente. Derrotado no encontro nacional, ele foi protegido pelos militantes do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) para não ser agredido pelos governistas de então, tal o acirramento do embate. Venceu a tese da não-candidatura própria.
Fonte: Folha Online
