O PT divulgou hoje um novo documento que será o ponto de partida para o programa de governo que será apresentado nas eleições de outubro. No texto, o partido defende que a política econômica atual não significa uma continuidade do governo anterior e que o governo “evitou a catástrofe [econômica]” quando assumiu.
Esse documento complementa o texto já divulgado na terça-feira, voltado para a estratégia do partido para as eleições de outubro. Enquanto o primeiro ficou sob coordenação de Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT, o segundo foi de responsabilidade do assessor da Presidência da República Marco Aurélio Garcia, que também é vice-presidente do partido. Os dois documentos devem ser discutidos no encontro nacional do PT, marcado para os dias 28, 29 e 30 deste mês.
Em relação à crise política, o partido admite dois erros: “não foi capaz de construir um discurso de apoio ao governo e, ao mesmo tempo, manter sua independência”, e “não mobilizou a sociedade”.
Para a cúpula, o PT “ficou impotente e perplexo” após o escândalo do “mensalão” (termo não utilizado no texto), “quando inteirou-se que membros de sua direção haviam enveredado pelo caminho da aventura”.
Estado de bem-estar social
No discurso do partido, o governo Lula “iniciou a retomada da construção de um Estado de Bem Estar no Brasil, após a onda de ataques ao emprego, às políticas sociais e aos direitos dos trabalhadores nos anos FHC”. O documento menciona programas sociais como o Bolsa-Família, os investimentos em agricultura familiar e os programas de financiamento universitário.
Sobre a política econômica, os integrantes da cúpula defendem que “estando o país à beira do abismo, a equipe econômica atual teve de fazer aquilo que o anterior não fez para evitar – como conseguiu – a catástrofe”.
A cúpula, no entanto, não se furta a criticar dois pontos da gestão econômica: a manutenção de altas taxas de juros e o regime de metas de inflação. Para os petistas, a “autonomia” do Banco Central –“maior do que em períodos anteriores”– permitiu uma política monetária em choque com “as bases sociais do Governo”. Quanto ao segundo ponto, a definição das metas não levou em conta a opinião dos “trabalhadores e empresários do setor produtivo”.
A conclusão, para o PT, é que “a obra do Governo Lula é ainda parcial, desigual e incompleta” e que “foi insuficiente para mudar de conjunto a realidade social aflitiva do país”.
Especificamente sobre programa de governo, os integrantes da cúpula afirmam que o país vai crescer de “forma acelerada” e que as principais tarefas de uma eventual segunda gestão do PT seriam distribuir renda, garantir a estabilidade macroeconômica, reduzir a vulnerabilidade externa e fortalecer a democracia.
Fonte: Último Segundo
Para PT, Lula evitou a “catástrofe” após assumir o governo
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