Aníbal gera impasse entre Serra e Alckmin

As seqüelas da disputa entre o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito José Serra pela vaga do PSDB na corrida pela Presidência começaram a aflorar agora, em meio ao impasse para a oficialização da candidatura do partido ao Palácio dos Bandeirantes. Numa demonstração de que ainda não superaram a disputa vencida por Alckmin, um empurra para o outro a responsabilidade de convencer o vereador paulistano José Aníbal a desistir de concorrer ao governo do Estado em favor de Serra.

Para Alckmin, “Serra já deveria ter conversado com José Aníbal”. “Mas vou ajudar. Não dá para ficar do jeito que está”, disse o candidato à Presidência à Folha.

Na reunião em que a executiva estadual manifestou-se publicamente pela sua candidatura, Serra foi, no entanto, categórico quando sugeriram que procurasse o vereador. “O Zé Aníbal é um problema do Geraldo”, afirmou ele, segundo tucanos.

Serra não esconde sua irritação com Aníbal, um dos primeiros a defender publicamente a candidatura de Alckmin à Presidência. Por isso, tem repetido que cabe a Alckmin a missão de demovê-lo.

Em outra reunião, Alckmin chegou a demonstrar impaciência. “Já fiz a minha parte”, teria reagido. Ele também lembrou ter procurado Serra três vezes antes, quando escolhido para a corrida presidencial. Alckmin procurou Aníbal no fim de semana passado, após a renúncia de Serra ao cargo de prefeito.

Mas, segundo tucanos, foi bastante sutil ao abordar a hipótese de desistência. Alckmin teria dito que tinha um plano B para o caso de não ser o escolhido para a disputa: o de ficar no governo até o fim do mandato. E perguntou se o vereador tinha o seu. Aníbal, segundo tucanos, fingiu não ter ouvido a pergunta.

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A manutenção da candidatura de Aníbal produz um problema imediato: a criação das inserções a que o partido tem direito em abril. Como os exibidos anteriormente apresentam Serra e Alckmin como ocupantes de seus antigos cargos, é necessária a produção de novos. Mas Aníbal tem exigido sua participação na TV.

Aliados de Serra e Alckmin também dão sinais de que a disputa não foi totalmente digerida. Alckmin nega: “Não tem seqüela. Triste é o partido que não tem opção. Agora, bola para frente”.

Fonte: Folha Online