Saúde

Hospital de Famalicão faz cirurgia inovadora

Cirurgia pélvico-reconstrutiva foi feita pela segunda vez no país

A unidade hospitalar famalicense foi palco de uma cirurgia ao nível vaginal, designada de cirurgia pélvico-reconstrutiva, que se realizou pela segunda vez no nosso país.

Três mulheres famalicenses, com idades compreendidas entre os 49 e os 52 anos, foram intervencionadas com sucesso pela equipa dirigida pelo médico Baptista Vilaça, que após as operações disse que “correram muito bem”, não se tendo registado qualquer complicação.

Aliás, esta prática vai tornar-se corrente e já esta semana outras mulheres foram alvo de cirurgia através da mesma técnica. “Vai ser prática corrente no hospital”, refere o clínico.

Baptista Vilaça diz ser um orgulho para a sua equipa – composta ainda por Margarida Seabra e Alice Madureira – poder fazer este tipo de cirurgia em Famalicão, adiantando que essa possibilidade se deve à experiência adquirida, desde 2000, em termos de cirurgia vaginal. “Isto é fruto de um trabalho continuado”, referiu. “Temos estado na crista da onda em termos de cirurgia pélvica reconstrutiva e de incontinência urinária e queremos mantermo-nos assim”, evidencia, reconhecendo que “exige um aperfeiçoamento grande e um contacto com os colegas que estão também na crista da onda nesta matéria”.

Uma das grandes vantagens do método aplicado é o facto de a intervenção ser feita “a nível vascular”, ou seja, são penetrados espaços que não têm vasos sanguíneos, permitindo, dessa forma, um pós-operatório rápido, tendo as doentes recebido alta 72 horas após a cirurgia. Também a própria intervenção não é demorada, realizando-se em 30 a 60 minutos.

A intervenção cirúrgica é indicada para situações de relaxamento muscular do útero, algo que acontece devido a lacerações ou às características do próprio tecido, verificando-se, sobretudo, em mulheres com idade avançada ou que tiveram muitos filhos.

Resolve problemas sexuais e urinários

O que acontece é que uma senhora com esta patologia “tem o útero a aflorar a vulva, tem um prolapso, o útero está descido e o que vamos fazer é suspender a parte anterior e posterior do útero aos seus ligamentos originais, através de um suspensório novo, uma fita de nylon, e inseri-lo onde os ligamentos rasgaram”, explicou Baptista Vilaça.

A patologia “cria um completo mal-estar porque a senhora sente um ovo no útero e não consegue ter actividade sexual porque é dolorosa”. Além disso, o clínico diz que estas situações podem ainda provocar retenção urinária, porque o útero “ao baixar traz a bexiga consigo e ela, estando torcida, não consegue urinar”. Com a intervenção cirúrgica em causa, “ao puxarmos tudo para o seu sítio, a senhora tem uma actividade sexual normal, quando se lava não tem dores nem tem preenchimento vaginal e começa a urinar normalmente”, explica Baptista Vilaça.

A introdução desta técnica foi feita com a ajuda de Camilo Esteves, o director do Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar de Gaia, ele que, de resto, foi quem protagonizou a primeira cirurgia do género, ocorrida há cerca de um mês.

A inovação reside ainda no facto de a doente poder conservar o útero, algo que não acontecia até agora. “Nestas situações retirava-se o útero e fazia-se a suspensão da cúpula vaginal”, explica o clínico, algo que “não tem interesse para a mulher pois estamos a criar-lhe um sentimento de castração e a criar um vazio dentro da cavidade pélvica”, condicionando ou eliminando mesmo o prazer sexual.

Fonte: Opinião Pública

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