A associação das operadoras de turismo, Braztoa, que reúne as 63 maiores empresas do setor no país com faturamento de mais de 5 bilhões de reais, ainda aguarda resposta do governo sobre o endosso de passagens da Varig, numa eventual saída da companhia aérea do mercado, ao mesmo tempo em que aposta que isso não deverá ocorrer.
De acordo com o seu presidente, José Zuquim, existe solução para a Varig e, passado o tornado da semana passada, “a situação está voltando à normalidade”.
Na última semana, o presidente da empresa aérea, Marcelo Bottini, declarou que a Varig tinha necessidade urgente de capitalização.
Nesta segunda-feira, o presidente da Braztoa garantiu, por meio de sua assessoria, que não existem vôos internacionais cancelados da Varig, “apenas vôos cancelados em situações normais, por manutenção etc.”, e que não vê possibilidade de a companhia parar no curto prazo.
Segundo Zuquim, os passageiros que adquiriram, por exemplo, bilhetes para a Copa do Mundo, na Alemanha, não teriam outra maneira de chegar ao destino sem a Varig.
“No caso da Copa do Mundo, no momento não há disponibilidade de lugares para fazer essa cobertura, mas hoje não vemos nenhuma possibilidade de parar os vôos internacionais da Varig nesse período”, afirmou.
No médio prazo, porém, Zuquim espera que parte da empresa seja vendida ou que ocorra aporte financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O caso é de fato grave”, escreveu Zuquim em comunicado nesta segunda-feira a jornalistas.
Na terça-feira, 300 funcionários da Varig vão a Brasília tentar pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que conceda ajuda à endividada companhia aérea, líder de mercado até meados de 2003 mas que hoje tem menos de 20 por cento dos passageiros transportados dentro do Brasil e uma dívida de mais de 7 bilhões de reais.
Além de um empréstimo do BNDES da ordem de 200 milhões de dólares, a Varig pede ao governo uma linha de crédito junto à BR Distribuidora e à Infraero, com carência de três meses para a utilização dos serviços prestados pelas duas estatais.
A Varig tem pago diariamente cerca de 2 milhões de reais à BR Distribuidora, o que vem sufocando seu caixa a ponto de deixar de pagar parte dos salários de seus funcionários.
Depois de ter cassada uma liminar que lhe garantia o direito de não pagar à Infraero taxas aeroportuárias, a administradora de aeroportos voltou a cobrar uma dívida acumulada de 116 milhões de reais, assim como pagamentos diários de taxas.
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Operadoras querem garantia do governo mas torcem por Varig
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