A senadora Heloísa Helena (AL), pré-candidata do PSOL à Presidência da República, afirmou ontem que existem “motivos legais” para abrir processo por crime de responsabilidade contra Luiz Inácio Lula da Silva, mas que faltam “condições políticas” para uma campanha pelo impeachment do presidente.
“Agora, acho que não há condições políticas. Não iremos fazer campanha pública. Motivos legais existem, mas isso não deve ser feito às vésperas de uma eleição. O povo vai decidir no voto”, afirmou ela, que, acompanhada da deputada federal Luciana Genro (RS), esteve em Porto Alegre ontem para o lançamento da candidatura de Roberto Robaina para o governo gaúcho pelo PSOL.
De acordo com a senadora, Lula se utilizou de ”manobras sofisticadas” para se descolar da crise política e usa a máquina do governo para se promover como candidato, apesar de não ter ainda se assumido como tal.
O deputado federal Roberto Freire (PE), pré-candidato do PPS à Presidência da República, concorda com Heloísa Helena quanto a existirem motivações legais para a abertura de processo de responsabilidade contra Lula, especialmente a partir da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
“Antes se falava em roubalheira, corrupção, crime eleitoral, mas nada tinha calado tão fundamente na sociedade como crime atentatório aos direitos humanos que é o fim da privacidade, com a quebra do sigilo. Isso começa a resgatar na sociedade a idéia do impeachment”, disse ele, que, ao contrário de Heloísa Helena, ainda vê clima para um processo por crime de responsabilidade.
“Se não fez antes, agora a sociedade quer uma resposta. Podia ser roubo na cueca, Land Rover, mas agora é atentatório a direitos humanos. Esse fato esgotou a paciência. Sente-se que há clima”, afirmou ele, que define como ”um desatino” alguém votar em Lula nas próximas eleições.
Fonte: Folha Online
