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Falta de acordo com Brasil sobre TV digital frustra Japão

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A falta de um compromisso formal para que o Brasil adote o modelo japonês de TV digital frustrou o governo do Japão. Segundo a imprensa local, fontes do governo em Tóquio avaliaram dessa forma o envio de um memorando no qual o Brasil expressou o “forte desejo” de adotar o formato de TV digital japonês, mas não fez qualquer compromisso final sobre a questão. O acordo foi assinado pelo chanceler Celso Amorim e seu colega japonês, Taro Aso.

Durante a semana, Amorim e os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, e das Comunicações, Hélio Costa, se reuniram com as principais autoridades econômicas e diplomáticas do Japão para levar a um novo nível a cooperação entre os dois países em matéria de energia e telecomunicações.

O Japão tinha a esperança de que o governo brasileiro comunicasse durante a visita a escolha do padrão de TV digital japonês. O Brasil, em contrapartida, buscava outro tipo de compromisso do Japão para aumentar os investimentos, principalmente no setor de tecnologias de última geração. Tóquio, aparentemente, também não cumpriu essas expectativas.

A delegação ministerial brasileira disse na quarta-feira que o sistema de TV digital japonês era “apropriado” para o Brasil, mas destacou a necessidade de uma série de ajustes técnicos.

Apesar da falta de um acordo final, os dois governos chegaram nas conversas desta semana ao acordo de que, caso o Brasil acabe escolhendo o sistema japonês, o país asiático ajudará os fabricantes de eletrônica brasileiros a ter acesso a seu mercado. Além disso, se essa decisão for tomada, os fabricantes japoneses serão encorajados a investir no país. Japoneses, europeus e americanos travam uma dura disputa para ter seu padrão de TV digital escolhido para a implementação no mercado brasileiro. O Brasil investiu cerca de US$ 30 milhões neste projeto de TV digital, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve comunicar em breve a decisão sobre o formato escolhido.

O padrão americano (ATSC) ressalta a imagem de alta definição, enquanto o europeu (DVB) é melhor em programação. Já o sistema japonês (ISDB) acrescenta à capacidade de alta definição a possibilidade de recepção por telefone celular.

No formato japonês, a transmissão terrestre digital para terminais portáteis (celulares e equipamento de navegação para automóveis) pode ser aplicado sem necessidade de adaptadores para as TVs. Esse serviço – conhecido como “One Seg”, pois nele as empresas encarregadas da transmissão usam apenas um fragmento de um canal – é muito novo, e começou a ser usado no Japão este mês.


EFE

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