Esporte

Isolado, Marcelinho inicia uma nova fase com o Corinthians

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Sozinho, dirigindo o próprio carro, Marcelinho chegou ao CT do Parque Ecológico às 15h40 desta terça-feira, 20 minutos antes do início do treinamento do Corinthians. Depois de um pequeno período de aquecimento com o preparador físico Eduardo Pereira, integrado recentemente à comissão técnica, o atacante se movimentou no bem cuidado gramado do campo 1 do CT. Na entrada da área, Marcelinho corria e chutava para o gol. E o jogador se mostrou afiado, acertando a maioria das bolas.

Poderia ser um treino normal, mas não era. No campo, apenas Marcelinho, o preparador físico, dez bolas, dois cones e quatro quero-queros. Do staff corintiano estavam presentes um assessor de imprensa e um segurança, que não teve muito trabalho em conter os cerca de 40 torcedores que encararam o frio da tarde paulistana para prestigiar o retorno do ídolo. Calados, os ‘fiéis’ assistiram ao atacante parar diversas vezes o treino para conversar com Pereira em seu primeiro treinamento desde o início de sua terceira passagem pelo clube, há um mês e meio. Enquanto isso, outros jogadores da equipe se preparavam no Parque São Jorge para a partida decisiva contra o Deportivo Cali na noite desta quarta-feira, pela Libertadores.

O ambiente tranqüilo do CT do Parque Ecológico contrasta em muito com aquele que Marcelinho estava acostumado a sentir no Corinthians. Nas duas primeiras passagens do jogador pela equipe, era comum ver torcedores se amontoando em busca de autógrafo. Nesta terça, apenas seis corintianos esperaram a saída do jogador para pegar autógrafo após o treinamento. O público feminino, que na década de 90 elegeu o atacante como ‘muso’ do time, com direito a frenesi no Parque São Jorge, foi composto no treino desta terça por apenas uma pessoa: Sophia, de 2 anos e três meses, que estava no colo do pai, o empresário Francisco Monteiro Júnior.

“Ele deveria estar com os outros atletas”, reclama o pai de Sophia. “Isso é uma sacanagem. Ele pelo menos poderia estar com o grupo”, completa Adam Lopes, que foi ver o retorno do ídolo com o amigo Eduardo Tavares, ambos de 20 anos. Os dois não hesitam em falar o nome do jogador deveria sair do time para a entrada de Marcelinho: o meio-campista Roger.

A distância de Marcelinho dos outros jogadores é muito maior que os cerca de 15 quilômetros que separam o CT do Parque Ecológico do campo no Parque São Jorge. O atleta só será integrado definitivamente à equipe quando acabar a participação corintiana no torneio continental. E isso pode acontecer já nesta quarta, em caso de uma derrota para o Deportivo Cali, ou no dia 9 de agosto, data da final da Libertadores. Até lá, o jogador segue uma preparação especial.

“Não estou preocupado. A vida muda. Às vezes você precisa dar dois passos para trás para ganhar cem ou mil na frente”, filosofa o jogador, adotando um tom longe de polêmicas. “O empregado não tem que falar muito. O jogador de futebol não tem que falar muito. Durante toda a minha vida eu falei muito, agora sou mais comedido”, completa.

Aos 34 anos, Marcelinho não quer mais entrar em polêmica. O jogador, que mostrou bastante descontração durante o treino, insistiu que está “feliz” em seu retorno à equipe, mesmo estando alijado do trabalho com os companheiros. “Estou extremamente feliz por ter voltado ao lugar que nunca me vi fora. Mas é claro que existe uma ansiedade controlada de poder estar com o grupo”, disse o jogador.

O retorno de Marcelinho ao Corinthians foi marcado pela confusão. O acerto foi feito pelo presidente do clube, Alberto Dualib, sem o consentimento de Kia Joorabchian, chefão da MSI. Com o contrato de dois anos, o atacante retirou da Justiça um processo que movia contra o clube, e fortaleceu o cartola corintiano na briga interna pelo poder contra o presidente do grupo que investe no futebol.

A vida muda. Às vezes você precisa dar dois passos para trás para ganhar cem ou mil na frente

Marcelinho

Entretanto, a briga entre os dirigentes prosseguiu nos bastidores e a apresentação oficial do jogador foi adiada indefinidamente. Mas uma reunião na semana passada entre Marcelinho, Dualib e Kia permitiu que o jogador utilizasse as dependências do clube para treinar. “Foi uma reunião sensacional”, diz Marcelinho. Até então, o jogador vinha realizando treinos físicos apenas em uma academia de um shopping na zona leste de São Paulo.

“Foi me passado um planejamento que eu acatei com respeito, sem obrigação. Optei por isso porque sei o que o Corinthians e a torcida representam na minha vida”, disse Marcelinho. Neste ‘planejamento’ estão previstos alguns treinos coletivos, ainda sem data marcada. “Estou pronto para jogar, só falta ritmo de jogo, trabalhar a parte coletiva”, afirmou.

Enquanto não joga, o atacante fica na expectativa. Marcelinho afirma que quer ver o time campeão da Libertadores, mesmo que isso signifique que só voltará a jogar na metade de agosto. Mas o Pacaembu talvez não seja o melhor local para encontrar o jogador nesta quarta-feira. Questionado se iria ver o Corinthians enfrentar o Deportivo Cali no estádio, o atacante tergiversou: “Não sei, vamos ver”, disse.

Fonte: UOl

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