Não houve espaço para zebras. Na partida desta quarta-feira, o Arsenal impôs seu jogo sobre o Villarreal, e venceu por 1 a 0 com segurança no estádio Highbury a primeira partida da semifinal da Liga dos Campeões. O gol foi marcado pelo marfinense Touré aos 41min do primeiro tempo.
A exemplo do que fez contra Juventus e Real Madrid – equipes que eliminou nas fases anteriores do mata-mata da Liga -, o Arsenal mostrou consistência jogando em casa, não sofreu gols e leva a vantagem do empate para o jogo de volta. A partida está marcada para o próximo dia 25, terça-feira, no estádio El Madrigal, casa do Villarreal.
Na outra semifinal, o Barcelona saiu na frente do Milan ao vencer por 1 a 0 a partida disputada na última terça-feira na Itália, com gol do francês Giuly após passe primoroso de Ronaldinho. A final da Liga acontecerá no dia
O mérito do Arsenal foi não permitir que o Villarreal usasse sua principal arma até aqui no torneio: o gol fora de casa. Dona da melhor defesa da Liga, a equipe inglesa não permitiu que os espanhóis marcassem em seus domínios – recurso que garantiu à equipe amarela o triunfo sobre Rangers e Internazionale de Milão.
No entanto, a equipe perdeu a chance de aplicar um placar mais avantajado, uma vez que dominou o rival e pressionou o jogo inteiro, mas falhou em converter a supremacia em gols.
Sem o espanhol Reyes, suspenso, o técnico Arsene Wenger escalou o sueco Fredrik Ljungberg, recuperado de contusão, para fazer dupla de ataque com Henry. O meio-campo de campo escalado pelo técnico francês contou com o brasileiro Gilberto Silva – que ficou encarregado de marcar Riquelme – além do francês Pirès, o bielorusso Hleb e o espanhol Fabregas.
O Villarreal, por sua vez, entrou em campo com a zaga reserva: Gonzalo Rodríguez e Juan Manuel Peña, os centrais titulares da defesa espanhola, não se recuperaram de contusões e não ficaram nem no banco de reservas.
Este foi o último jogo do Arsenal em competições européias no Highbury Stadium, sua casa desde 1913. “Parte da minha alma ficará neste estádio”, declarou antes do jogo o técnico Arsene Wenger ao site oficial da Uefa. A equipe londrina jogará, a partir da próxima temporada, em um novo estádio, chamado Emirate Stadium.
O Jogo
Úmido devido à chuva que caiu em Londres antes da partida, o gramado estava pesado no início da partida, dificultando o jogo de passes do Arsenal, que foi para cima nos primeiros minutos, obrigando o Villarreal a recorrear às faltas.
FORTALEZA
A defesa do Arsenal pode ser comparada, sem exageros, a uma fortaleza na Liga dos Campeões. A equipe sofreu apenas dois gols em onze jogos no torneio.
A meta londrina não é vazada desde o segundo jogo da equipe na competição, contra o Ajax, no dia 27 de setembro de 2005, quando os inglêses venceram por 2 a 1, ainda pela primeira fase. Rosenberg foi o último atleta a balançar as redes de Lehmann, aos 26min do segundo tempo daquela partida.
Trata-se do recorde histórico da competição: nunca uma equipe havia ficado nove partidas seguidas sem tomar gols em uma disputa de Liga.
Em uma delas, logo aos 4min, Touré perdeu uma boa oportunidade, aproveitando confusão na área. O marfinense, no entanto, se afobou e chutou para fora.
Principalmente com Henry, o Arsenal seguiu tentando criar chances, mas encontrava dificuldades de furar a zaga espanhola. O Villarreal, por sua vez, se concentrava na defesa e nos contra-ataques.
Aos 18min, ocorreu um fato inusitado: um esquilo invadiu o gramado do Highbury. O jogo foi paralisado, e o animal deixou o campo sem maiores complicações para que a partida prosseguisse.
As melhores chances do jogo passaram a ser apenas nas bolas paradas. Em uma delas, aos 41min, o gol do Arsenal saiu. Henry cobrou escanteio, a zaga afastou, e ele próprio pegou a sobra. O francês então deu uma ótima enfiada entre dois marcadores para Hleb, que cruzou rasteiro para Touré tocar para as redes de Barbosa.
Então o Villarreal passou a procurar o jogo até o fim do primeiro tempo. Aos 45min, Riquelme sofreu falta de Gilberto Silva na entrada da área. Ele mesmo cobrou no meio do gol, mas Lehmann bateu roupa e a zaga afastou. Na sobra, o Villarreal mandou um chuveirinho na área, e na confusão, Gilberto Silva deu uma entrada por trás, sem bola, em José Marí, mas o árbitro nada marcou. Os espanhóis pediram pênalti, e Riquelme tanto reclamou que levou amarelo.
No segundo tempo, o Arsenal melhorou seu jogo coletivo, aproximando o meio-campo do ataque e controlando o Villarreal. Aos 10min, em jogada trabalhada pela direita, Hleb rolou para Eboué, que cruzou para Henry. O atacante não conseguiu acertar o chute com força, e a zaga do Villarreal afastou a bola antes que ela entrasse no gol.
Os donos da casa mantiveram o controle do jogo, limitando as tentativas do Villarreal à chutes de longa distância de Riquelme e Marcos Senna, que pararam sempre nas mãos de Lehmann, o novo goleiro titular da seleção da Alemanha.
O Arsenal seguiu pressionando até o fim, principalmente com cruzamentos na área espanhola, mas não conseguiu ampliar a vantagem.
ARSENAL 1 x 0 VILLARREAL
ARSENAL
Jens Lehmann; Emmanuel Eboué, Kolo Touré, Senderos, Flamini; A. Hleb (Bergkamp), Gilberto Silva, Cesc Fabregas, Pirès; Ljungberg (Van Persie), Henry
Técnico: Arsene Wenger
VILLARREAL
Mariano Barbosa; Javi Venta, Quique Alvarez, Arzo, Arruabarrena; Marcos Senna, Tacchinardi, Riquelme, Sorín (Josico); Jose Marí (Guillermo Franco), Forlán (Calleja)
Técnico: Manuel Pellegrini
Data: 19/04/2006, quarta-feira
Local: Highbury Stadium, em Londres (Inglaterra)
Árbitro: Konrad Plautz (AUT)
Auxiliares: Markus Mayr (AUT) e Egon Bereuter (AUT)
Cartões amarelos: Arzo (V), Riquelme (V), Tacchinardi (V), Franco (V), Alvarez (V)
Gol: Kolo Touré, aos 41min do primeiro tempo
